Secretário afirma ter lista de suspeitos de chacina em SP
Para o governo, ao menos 10 criminosos participaram de ataques na quinta
Polícia apura hipótese de envolvido em morte de PM ter sido ferido; governo oferece R$ 50 mil por informações
O governo de São Paulo informou nesta segunda (17) que a polícia tem uma lista de possíveis envolvidos na série de ataques que deixou 18 mortos na semana passada em Osasco e Barueri, na Grande SP.
Sem dar detalhes dos nomes, o secretário da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, disse que são pessoas "indicadas" como possíveis envolvidas e que, agora, o trabalho é confirmar se elas são realmente suspeitas de participação no caso.
Pelas indicações dadas pelo secretário, a lista deve incluir policiais militares de Osasco e guardas-civis municipais de Barueri –onde, dias antes da chacina, foram mortos profissionais das duas instituições.
Para o governo, houve a participação de pelo menos dez criminosos, divididos em três grupos, nos ataques quase simultâneos na noite de quinta-feira (13).
"Um grupo atuou em Barueri, porque as armas são as mesmas nos dois eventos de Barueri. E dois grupos diferentes atuaram com armas diferentes, com veículos diferentes também em Osasco", disse Moraes.
Além das 18 mortes, os ataques investigados deixaram seis pessoas feridas.
O governo não deu informação sobre o estado de saúde desses sobreviventes.
A hipótese da participação de PMs nos ataques também é apontada por Julio Cesar Fernandes Neves, ouvidor das polícias.
"Vendo o vídeo [de um ataque em um bar de Osasco], o modo como os autores seguram a arma, revistam as vítimas, fica claro que se trata de policiais", afirmou. "Sejam quem forem os autores, eles têm que ser presos. Não podem ficar impunes para que a barbárie não seja institucionalizada no país."
TERCEIRO
De acordo com a reportagem do "SPTV", da Rede Globo, a Polícia Civil trabalha com a possibilidade de um terceiro integrante ter participado do assalto que resultou na morte do guarda-civil de Barueri na semana passada, além dos dois suspeitos presos logo depois.
Esse terceiro criminoso seria um frequentador do bar atacado no bairro Munhoz Júnior, em Osasco, onde morreram oito pessoas.
Policiais ouvidos pela Folha dizem, porém, que existe a suspeita de que os ataques naquela região tinham como alvo outra pessoa –mas ela teria participado do roubo ao posto de combustível em Osasco que resultou na morte de um policial militar de folga.
Esse suspeito, ainda segundo os policiais, chegou a ser ferido em um dos ataques, mas conseguiu sobreviver.
Na sexta, a Polícia Civil informou que ao menos três pessoas participaram do crime envolvendo a morte do cabo Ademilson de Oliveira, duas delas identificadas e foragidas. Sobre a terceira, não foram fornecidas informações.
As imagens das câmeras de segurança divulgadas até agora não mostram o terceiro suspeito de nenhum dos crimes.
RECOMPENSA
Também na manhã desta segunda-feira o governo anunciou que vai pagar R$ 50 mil de recompensa para quem ajudar a polícia com informações que possam levar à identificação dos responsáveis pela chacina.
É maior valor oferecido pela gestão Geraldo Alckmin (PSDB) na busca de criminosos desde a criação do programa, em 2014. Segundo o governo, a identidade do interessado em prestar informações será preservada.