Miguel Alberto de Barros Antunes (1984-2015)
Miguel, o amigo sem igual
O rosto jovial, quase sem barba, e o jeito de moleque de Miguel Alberto de Barros Antunes enganavam muitos de seus interlocutores.
Por trás da cara de moço estava um sujeito inteligente, bem articulado e comunicativo, que surpreendeu aqueles com mais tempo de casa na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.
Formado em jornalismo pelo Mackenzie, era chefe de gabinete do deputado Carlos Bezerra Jr. (PSDB). O parlamentar lembra que Miguel era sempre o último a sair do escritório. Ficava até fechar o último texto.
Começou como estagiário quando Bezerra era vereador, e foi jornalista da Secretaria Municipal de Habitação.
A habilidade de se comunicar vinha de pequeno. Por volta dos três anos de idade, decidiu que seria palhaço. A carreira não foi para a frente –durou algumas apresentações para a família, com direito a roupa e nariz.
"Gigante na bateria", segundo Bezerra, tocava na banda da igreja que frequentava, na Vila Carrão, zona leste da capital paulista.
Tinha poucos, mas verdadeiros amigos. Um deles era o colega de faculdade Caio do Valle. "Era o amigo da minha vida, aquele que a gente sabe que não vai ter outro igual."
Tinha planos para o futuro: ia começar um mestrado em semiótica na PUC e estava de casamento marcado. Teve tempo de lutar contra (e vencer) uma leucemia.
Morreu no dia 18, aos 31 anos, após um AVC (acidente vascular cerebral) que surpreendeu a todos. Deixa os pais, quatro irmãos, a noiva e os sobrinhos que adorava de paixão.