Maranhão tem o menor número de policiais militares por habitante
No Estado, há um PM para cada 881 moradores, ante uma média nacional de 473; MA promete novos concursos públicos
O Maranhão é o Estado que apresenta a menor taxa do país de policiais militares por habitantes: um PM para cada 881 moradores. Já a média nacional é de um agente para cada 473 pessoas.
Os dados constam da Pesquisa de Informações Básicas Estaduais e Municipais do ano passado, divulgada nesta quarta-feira (26) pelo IBGE.
De acordo com outro levantamento, o Mapa da Violência de 2015, o Maranhão é também o Estado que teve o maior índice de crescimento no número de mortes com armas de fogo entre 2002 e 2012: 331,8%.
O baixo número de policiais no Estado pode ser justificado pela falta de concursos públicos na corporação entre 1994 e 2001. Desde então, três foram realizados, mas ainda há um deficit em relação à média nacional.
O governo do Maranhão reconhece que o efetivo é insuficiente e atribui a defasagem a um problema "histórico por falta de controle administrativo" em gestões anteriores.
O secretário estadual de Segurança Pública, Jefferson Portela, diz que a meta é dobrar o tamanho das forças policiais até 2018, com concursos anuais. "O número já era baixo. Nós tomamos posse em janeiro, encontramos esse número e partimos para a ampliação dele", disse.
Segundo o IBGE, São Paulo possui o maior contingente de PMs, com 89.478 agentes –um policial por 488 habitantes. Apesar disso, na região Sudeste, o Rio tem a maior proporção: um agente para cada 355 pessoas.
O Distrito Federal tem o maior indicador entre as unidades da federação, um policial militar para cada grupo de 194 pessoas.
Atualmente, em Nova York, há um agente para cada grupo de 250 pessoas. A política de segurança local resultou na redução dos índices de criminalidade.
Especialistas, no entanto, apontam que apenas o aumento do efetivo não basta.
"O número de policiais na rua pode até parecer um indicador que contribui para a sensação de segurança da população em uma relação direta", diz Ilona Sbazó, diretora-executiva do Instituto Igarapé, ONG de políticas públicas voltadas à segurança.
Ela explica que, após um ponto, "prevalece uma sensação de que existe algum motivo alarmante para termos tantos policiais na rua".
A mesma opinião tem o especialista em direitos humanos Marcos Fuchs, da Conectas. "Se tem muito policial, é sinal de insegurança. O ideal é realizar políticas no sentido do policiamento koban [modelo comunitário], ou como no Rio, com as Companhias de Proximidade [adotado no Grajaú]", diz.