Outro Lado
Prefeitura admite falhas e culpa tribunal
Gestão Haddad afirma que modernização do sistema de câmeras depende de licitação barrada pelo TCM
A administração Fernando Haddad (PT) reconhece que o sistema de câmeras de trânsito de São Paulo está ultrapassado, mas afirma que sua iniciativa de fazer uma reforma foi barrada pelo TCM (Tribunal de Contas do Município).
De acordo com a CET, o contrato de manutenção dos aparelhos foi encerrado no ano passado e, em seu lugar, foi aberta uma licitação para a compra de 841 câmeras novas, a um custo estimado de R$ 96 milhões por ano.
O TCM, porém, acolheu questionamentos da Câmara e de uma empresa e determinou a suspensão do pregão eletrônico. Entre os problemas do edital, segundo o órgão, está a falta de especificação dos pontos de instalação e a forma como os aparelhos seriam operados.
A CET diz que já "prestou todos os esclarecimentos solicitados", mas o processo está sob análise do tribunal há mais de um ano.
Desde o início da gestão, Haddad vem sofrendo derrotas no TCM, que já barrou diversas licitações na área de transportes, como a de corredores de ônibus, da inspeção ambiental e da instalação de radares nos ônibus.
"É essencial a conclusão desse processo porque os equipamentos já existentes são ultrapassados tecnologicamente e há dificuldade de encontrar peças de reposição. Desta forma, o melhor procedimento é adquirir novos equipamentos que, também, possuem mais recursos do que os instalados atualmente", afirma a companhia.
A CET diz que uma força-tarefa composta por funcionários próprios vem fazendo reparos que elevaram o índice de câmeras em funcionamento –de 34%, em junho, para 40% agora.
Sobre a redução do número de agentes de trânsito à disposição do trabalho de campo, a CET afirma que isso ocorreu "em função de motivos relacionados a férias, treinamentos, licenças médicas e afastamentos".
No início da gestão, a Secretaria de Transportes anunciou plano de instalar cerca de mil quilômetros de fibra ótica para tornar metade da rede de semáforos da cidade inteligentes –seriam conectados a uma central integrada de mobilidade e seriam ajustados à distância pelos operadores.
A previsão era que o local, que teria os equipamentos mais modernos do mercado, fosse inaugurado em setembro de 2015. A ideia, porém, esbarrou na falta de verba –apenas o custo da central integrada era estimado em cerca de R$ 300 milhões.