Outro lado
Prazo de sigilo será revisto, diz presidente
O presidente da Sabesp, Jerson Kelman, afirmou que haverá reavaliação do período de sigilo de alguns dados operacionais da empresa.
A Sabesp também vai rever a posição inicial e divulgar nesta semana os nomes das entidades (em sua maioria hospitais) que receberam intervenções para ficarem de fora de um eventual rodízio –que tem possibilidade baixa de ocorrer atualmente.
Mesmo assim, diz Kelman, dados como detalhes de onde estão os canos da empresa e válvulas de controle deverão permanecer ocultos.
Ele afirma que esse segredo visa a segurança de informações operacionais e do abastecimento público.
Em nota, a Sabesp disse que "informações sobre instalações subterrâneas da Sabesp são sigilosas para evitar eventuais atos de sabotagem ou vandalismo que colocariam em risco a vida, segurança ou saúde da população".
Segundo Kelman, no início do ano, quando a Sabesp fez a lista de 492 locais que ficariam sem cortes de água, a Grande SP vivia a perspectiva não só de um rodízio, mas de um colapso de seu abastecimento –situação em que não seria possível fornecer água para a cidade, nem mesmo de maneira alternada.
O fato de os lugares que ficariam fora de um rodízio estarem sob sigilo, segundo ele, foi uma escolha da Sabesp para proteger esses pontos na eventualidade de colapso.
"Se em uma situação normal já se faz gato [roubo de água], imagine em uma situação de colapso", disse ele.
A empresa também deverá explicar os critérios que a fizeram chegar a esta lista. Segundo Kelman, entre outros elementos, ela levou em conta a quantidade de pacientes em hospitais e a vulnerabilidade deles em cada ponto.
O secretário Benedito Braga (Recursos Hídricos), que esteve em Brasília, disse que "esses dados têm que ser preservados" por uma "questão de segurança pública".
"É o Pentágono dizer onde ele tem agentes para combater o Estado Islâmico. É a mesma coisa", disse Braga, para quem a polêmica era "dessa turma aí que quer fazer bagunça" –referência a entidades críticas à gestão hídrica de SP e que protestou contra prêmio dado a Alckmin.