Tucano diz que não teme PT e vai 'libertar o país'
Lula, que esteve ao lado de Dilma em Pernambuco, revidou os ataques e comparou a atuação do PSDB à dos nazistas durante a Segunda Guerra
Em um dos discursos mais exaltados da campanha até agora, o presidenciável Aécio Neves (PSDB) declarou na terça-feira (21) que irá "libertar o país do PT" e que "não tem medo" dos adversários.
"Quero dizer a todos os brasileiros: comigo, não. Eu não tenho medo do PT. Vou vencer o PT", bradava, com voz rouca e sob aplausos e gritos de cerca de 2.000 pessoas que agitavam bandeiras a cada crítica ao partido rival.
"Vou libertar o país desse partido político que tomou conta do Brasil e esqueceu dos brasileiros", disse Aécio.
O comício foi numa associação em Campo Grande, com a participação do candidato tucano ao governo estadual, Reinaldo Azambuja, eleitores e militância paga.
Aécio disse que vai "refundar a Federação do Brasil". "Vou vencer as eleições e vou tirar o PT do governo federal", afirmou.
O candidato ainda pediu que os militantes sejam a sua "voz rouca para dizer: basta de PT". "Sejam a minha coragem, a minha determinação."
NAZISTAS E HERODES
Ao longo dos quatro atos de campanha que realizou ao lado da presidente Dilma Rousseff em Pernambuco nesta terça, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva atacou Aécio e, no último deles, comparou os líderes do PSDB aos nazistas e a Herodes.
"De vez em quando, parece que estão agredindo a gente como os nazistas agrediam no tempo da Segunda Guerra Mundial", disse Lula em cima de um trio elétrico no centro do Recife.
"Eles são intolerantes", afirmou Lula. "Outro dia, dizia para eles: Vocês são mais intolerantes que Herodes, que mandou matar Jesus Cristo", afirmou.
À tarde, no município de Goiana, Lula já havia dito que Aécio mostrou não ser um "homem sério e de respeito" em ataques a Dilma nos debates na TV.
"Fico incomodado quando vejo, num debate, o adversário ficar ofendendo a presidente, ficar dizendo que ela é leviana, ficar chamando de mentirosa. Só pode fazer isso alguém que não aprendeu a educação no berço."
Em cima do palanque, Lula prosseguiu: "Porque um homem de respeito, um homem sério, um homem que quer governar este país, diante da presidenta da República, ele tem que respeitar."
"Agora eu fico me perguntando: será que ele teria coragem de fazer as grosserias que ele faz com você se fosse um homem [candidato]?". Segundo Lula, Dilma jamais se amedrontaria diante de Aécio num debate porque "ela já ficou na frente de torturador", numa referência ao período em que a petista foi presa e torturada por agentes da ditadura militar.
Dilma disse que seus adversários "vestiram pele de cordeiro" para preconceitos.
"Eles olham para o Nordeste e não veem a imensa força desse povo." E, ao final, pediu ao público que combata o que chamou de "mentiras" dos tucanos na campanha.