Eleições 2014
Na TV, Aécio diz que é vítima de 'atentados' à sua honra
Tucano diz que PT 'mente' para 'aterrorizar' as pessoas e jogar seu nome e o de sua família na 'lama'
Na reta final, PT vai focar campanha em três faixas do eleitorado: mulheres, jovens e a classe média
Depois de rebater por dias de forma velada os ataques que vêm sofrendo na propaganda oficial do PT e nas redes sociais, o candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, afirmou nesta quarta (22) em seu horário eleitoral que é vítima de "atentados" à sua honra, família e biografia promovidos pela campanha de Dilma Rousseff.
A mudança na estratégia ocorre depois de o Datafolha indicar queda de Aécio em diversos setores do eleitorado.
Na TV, o tucano rebateu acusações de que acabará com os bancos públicos e com programas sociais. Disse que, por onde anda, encontra pessoas "aterrorizadas" por boatos sobre o fim do Bolsa Família e do Minha Casa, Minha Vida. "É mentira", cravou.
Ele também se defendeu de insinuações sobre sua vida pessoal e das acusações de que é "agressivo" com mulheres. No fim de semana, o PT veiculou um anúncio em que um locutor afirma que Aécio "tem mostrado dificuldades em respeitar as mulheres".
A peça exibe cenas de um debate em que Aécio chamou a adversária Luciana Genro (PSOL) de "leviana" com o dedo em riste, e de outro em que ele usou o mesmo termo ao se dirigir a Dilma.
"Em uma covarde onda de falsidades e calúnias, tentam jogar na lama o nome honrado da minha família, tentam jogar na lama o meu nome", afirmou Aécio.
"Infâmias e gravíssimas mentiras são espalhadas contra mim nas redes sociais por um exército clandestino (...). Sem nenhuma prova, me acusam de comportamento criminoso. (...) Chegaram a insinuar de forma covarde que eu poderia ser desrespeitoso com as mulheres, ofendendo minha esposa, minha filha de 23 anos, minha mãe e todas as mulheres do Brasil."
Ele equiparou os ataques que vem sofrendo aos que foram feitos contra a ex-senadora Marina Silva e ao ex-governador Eduardo Campos (PSB-PE) no primeiro turno.
"Espalham medo, partem para ataques pessoais em vez de debater projetos porque sabem que assim evitam expor as fraquezas e os erros de seu governo", disse Marina no programa. Foi a primeira vez que ela gravou um depoimento especial para Aécio.
A peça exibida nesta quarta será usada novamente na TV. A partir disso, o tucano vai adotar tom propositivo, na tentativa de mostrar ao eleitor que, enquanto Dilma trabalha para destruí-lo, ele "pensa no Brasil".
A cúpula petista, por sua vez, viu resultados na estratégia contra Aécio e deve mantê-la. O comitê de Dilma avalia que o vento sopra a favor da presidente e, nos últimos dias, vai focar a campanha em três faixas do eleitorado --mulheres, jovens e a nova classe média. Outra medida é seguir explorando a crise da falta de água em São Paulo.
Os petistas esperam chegar no debate da Globo na sexta (24) com vantagem suficiente na disputa para buscar apenas um "empate" no último confronto com Aécio. A ideia é que Dilma fale apenas de propostas na ocasião.
Os dilmistas querem continuar desidratando Aécio em São Paulo, onde ele tem melhor resultado.
O PT avalia que o envolvimento da militância está funcionando na reta final.
O único temor é o uso de alguma "bala de prata" --acusação grave que possa atingir Dilma -- até o debate da Globo. O PT acredita, porém, que os temas negativos para a presidente foram usados à exaustão, como a corrupção na Petrobras, e nada deve surpreender o eleitor.