Dilma cresceu entre mulheres após ataques
Coordenadores da campanha de Dilma Rousseff (PT) atribuem o crescimento da petista no eleitorado feminino à exploração feita pela campanha do termo leviana'' usado por Aécio Neves (PSDB) durante debate do SBT, no último dia 16, para atacar a presidente.
Na ocasião, Dilma acusou o adversário de ter cometido irregularidades na construção de um aeroporto em Cláudio (MG), em um terreno que havia pertencido a seus familiares. Ele, então, a chamou de "leviana".
Pesquisa Datafolha divulgada na quarta mostrou que Dilma foi de 42% para 47% desde o dia 9, enquanto o tucano caiu de 46% para 41% no eleitorado feminino.
Os petistas afirmam ter pesquisas internas mostrando que a palavra foi considerada muito agressiva, principalmente entre as camadas mais humildes.
Diante do resultado, o PT montou uma operação nas redes sociais e eventos públicos para tentar colar o rótulo de agressivo ao rival.
Em atividades de campanha, o ex-presidente Lula acusou Aécio de ser grosseiro com Dilma. No último dia 18, em um comício em Belo Horizonte, o petista afirmou: "Seu negócio com mulher é partir para agressão, partir para cima agredindo".
Nas redes sociais, o comitê também avalia estar ganhando vantagem com o tema. Um ministro diz que uma das explicações para o segmento ter se convencido a apostar no voto em Dilma é que a mulher se sente "solidária" e "ressentida" com o suposto ataque.
Nesta quarta, a petista participou de uma caminhada de mulheres em Duque de Caxias (RJ). Ela desfilou em carro aberto, lançou rosas ao público e recebeu faixa que dizia: "Diga não à violência contra a mulher".
"Essa faixa é tão importante quanto a faixa presidencial. Ela reafirma a luta contra a violência doméstica contra as mulheres. A presidente da República é uma mulher, e nós não vamos permitir que isso siga acontecendo", afirmou.
Apesar do avanço no eleitorado feminino, o PT considera que outros três fatores pesaram mais nos últimos dias, contribuindo para a ligeira vantagem de Dilma sobre Aécio nas pesquisas.
O primeiro é a afirmação do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa sobre o repasse de propina ao ex-presidente do PSDB Sérgio Guerra, em 2009.
O segundo é a crise hídrica em São Paulo que, de acordo com levamentos internos do PT, fez com que o tucano parasse de crescer no Estado.