Eleições 2014
Militantes petistas e tucanos entram em confronto em SP
Tumulto, que envolveu troca de chutes e tapas, ocorreu no centro da capital paulista; ninguém foi preso
À noite, apoiadores de Dilma realizaram ato no largo da Batata, enquanto os de Aécio se dirigiram à PUC
Militantes do PT e do PSDB entraram em conflito na tarde desta quinta-feira (23) em frente ao Theatro Municipal, no centro de São Paulo.
Houve trocas de chutes, tapas e danificação do material de campanha rival.
A briga começou por volta das 15h, quando pessoas com camisas e bandeiras tucanas embarcavam em dois ônibus estacionados em frente à escadaria do teatro, onde o PT monta barracas de distribuição de adesivos e santinhos.
A Guarda Civil Metropolitana afirma não saber quem deu início ao confronto, que durou menos de cinco minutos. Depois de acordo entre as militâncias petista e tucana, ninguém foi detido.
Os militantes petistas, que continuavam no local no fim da tarde, culpavam "pessoas infiltradas nos dois partidos" pela confusão.
Em campanha no Rio, a presidente Dilma Rousseff (PT) lamentou o confronto. "Toda eleição tem conflitos e confrontos de ideias. Ninguém pode sair do campo das ideias e ir para o campo da realidade física", disse.
"No final das eleições, o clima fica um pouco mais quente. A gente não pode chegar agora e tentar criar um fantasma disso tudo. Não vi esse clima na campanha pelo Brasil. Não vi uma atitude de agressão, mas de festa e comemoração", afirmou Dilma.
TROCA
Na noite desta quinta-feira, ativistas pró-Aécio e pró-Dilma realizaram atos em locais de São Paulo que foram palco de manifestações de apoiadores das campanhas rivais nos últimos dias.
No largo da Batata, na zona oeste de São Paulo, cerca de 300 pessoas se reuniram em ato de apoio à presidente Dilma Rousseff.
Um dia antes, o PSDB reuniu no mesmo local 10 mil pessoas, segundo estimativa da Polícia Militar.
Segundo os participantes, o objetivo da manifestação pró-Dilma era tentar aproximar as pautas da candidata de agendas mais de esquerda, como descriminalização do aborto e políticas humanizadas de drogas.
"O legado do outro candidato [Aécio] é mobilizar militantes antigos do PT que estavam decepcionados com o partido", afirmou Maria Lutterbach, uma das coordenadoras do evento.
A maioria dos presentes era jovem e aparentava ser de classe média. Entre os poucos políticos que circulavam no ato estavam o candidato derrotado ao governo estadual Alexandre Padilha (PT) e o deputado federal eleito Orlando Silva (PC do B).
Em resposta a evento de apoio a Dilma no início da semana, ativistas pró-Aécio realizaram um encontro em frente à PUC, em Perdizes, também na zona oeste.
O ato foi marcado por provocações. Apoiadores de Dilma vaiaram os tucanos e penduraram uma bandeira vermelha com o nome da candidata no primeiro andar da universidade. Também projetaram imagens num prédio residencial --as imagens mostravam frases como "coxinhas everywhere" (por toda parte).
O deputado federal José Aníbal (PSDB-SP), que discursou na manifestação, retrucou: "O pessoal está dizendo que coxinha é muito bom. Ainda dá para comprar coxinha apesar da inflação".
Ao todo, participaram cerca de 200 pessoas, de acordo com a Polícia Militar, fora os que assistiam ao ato das sacadas do prédio.
Entre os discursos, os apoiadores tucanos entoavam gritos de guerra com críticas ao PT: "Nossa bandeira jamais será vermelha!".