CVM decide arquivar ação sobre Petrobras
Conselheiro contesta a diretoria da empresa
A Comissão de Valores Mobiliários decidiu arquivar dois processos abertos em razão de conflitos entre a diretoria da Petrobras e o conselheiro de administração Mauro Cunha, representante de acionistas minoritários --principalmente fundos de investimento.
Um dos processos, aberto em março, expõe as críticas do conselheiro à gestão da empresa na política de reajuste dos combustíveis, no uso de mecanismo de redução dos impactos do câmbio e na forma de contabilizar investimentos em refinarias, que a seu ver não deixava claras as perdas com os projetos Abreu e Lima (PE) e Comperj (RJ).
Esse processo foi instaurado porque Cunha queria que a estatal publicasse seus votos contrários à aprovação das demonstrações financeiras de 2013.
O conselheiro pedia ainda que a Petrobras tornasse pública sua manifestação contra a decisão de não reajustar os combustíveis.
Segundo sua descrição, a administração fizera, em fevereiro, uma apresentação que considerava um reajuste a partir daquele mês e indicara que a situação "era muito grave".
Outro processo, aberto em maio, revela conflito entre a diretoria da estatal e Cunha pelo fato de o conselheiro ter dado declarações à mídia com supostas críticas à gestão da companhia.
Na ocasião, a Petrobras consultou a CVM sobre quais providências poderia tomar em relação à fala do conselheiro. Segundo o processo, Cunha viu na postura da estatal uma "tentativa de intimidação".
A área técnica responsável pela apuração entendeu que não era papel da CVM dizer à empresa quais providências tomar com o conselheiro e mandou arquivar o caso nesta segunda-feira (20). Procurados, Cunha e Petrobras não comentaram o caso.