Médico em obras
A expansão do atendimento e a conquista de mais eficiência nos sistemas público e privado do país passam por alterações urgentes no ensino da medicina, segundo a avaliação de especialistas
O ensino médico brasileiro atravessa grande processo de mudanças, entre elas o estágio obrigatório no SUS (Sistema Único de Saúde). O governo defende uma formação mais humanista, um médico que crie vínculos com o paciente. Mas as entidades médicas dizem que o cenário de má remuneração e falta de condições de trabalho não favorece esse objetivo.
A abertura desenfreada de escolas médicas privadas com cursos de baixa qualidade tem contribuído para a piora do ensino de medicina e colocado em risco a saúde da população. No Estado de São Paulo, 65% dos recém-formados nessas escolas são reprovados no exame do Conselho Regional de Medicina, contra 33% dos saídos de escolas públicas.
A formação médica no país foi um dos pontos centrais do 2º Fórum a Saúde do Brasil, promovido pela Folha nos dias 11 e 12 de maio. O encontro também discutiu a sustentabilidade financeira dos sistemas de saúde público e privado, os entraves na área de inovação e a burocracia que dificulta a aprovação de novos medicamentos.