Tememos a morte, afirmam albaneses
EURO-2016
Jogador e auxiliar relatam agressões sofridas na Sérvia; federação diz que polícia atacou o elenco
O auxiliar técnico da seleção da Albânia, Altin Lala, e o zagueiro Lorik Cana, capitão do time, afirmaram nesta quinta (16) que temeram a morte durante a briga com jogadores e torcedores da Sérvia, na última terça (14), em partida das eliminatórias da Eurocopa de 2016.
A Federação Albanesa de Futebol também acusou a polícia de Belgrado de agredir os jogadores no túnel de saída do gramado do estádio e afirmou que o presidente da entidade, Armando Duka, foi atingido por um "pedaço de concreto" no percurso.
"Tive medo de morrer. Sou um homem duro, mas nunca havia visto um ódio desses", disse Lala, em entrevista dada ao jornal alemão "Bild".
"Nossas vidas ficaram em risco. Foi um milagre que tivemos só seis ou sete pessoas machucadas depois de tudo aquilo. O que teria acontecido se, em vez de jogarem cadeiras, os agressores estivessem com facas?", afirmou Cana, ao francês "L'Équipe".
A briga em Belgrado começou quando o zagueiro Mitrovic, da Sérvia, tentou arrancar uma bandeira pró-Albânia que sobrevoava o gramado pendurado em um drone.
A partida, que estava empatada por 0 a 0 foi cancelada após torcedores e jogadores protagonizarem uma batalha campal. A Uefa abriu processo disciplinar contra as duas seleções.
Sérvia e Albânia são inimigas históricos. As tensões se tornaram mais graves após a guerra do Kosovo ""a maioria da população da região que entrou em conflito com os sérvios pela independência tem origem albanesa.
Os sérvios interrogaram Olsi Rama, irmão do primeiro-ministro da Albânia, Edi Rama, sob suspeita de que ele tenha arquitetado a manifestação com o drone. Rama foi deportado após o depor.
Ontem, um grupo de albaneses foi à frente da embaixada da Sérvia em Tirana para protestar contra o vizinho.