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Corinthians precisa da Libertadores para botar as finanças em ordem
FUTEBOL
Clube obteve R$ 17 milhões a menos do que esperava em patrocínios neste ano
A maior prioridade do Corinthians é estar na Libertadores em 2015. Não apenas pela questão esportiva, mas também por causa das finanças. O clube precisa do dinheiro da competição.
Isso terá de ser conseguido por um técnico (Mano Menezes) que não estará no comando após dezembro e um presidente (Mario Gobbi) que deixa o cargo em fevereiro.
Na edição da quinta (30), a Folha publicou que o dirigente não vai renovar o contrato de Mano e que o Corinthians ficará até a eleição, marcada para fevereiro, sem um novo treinador.
Até lá, a equipe será comandada por Sylvinho, Fabio Carille e Alessandro, que fazem parte da comissão técnica permanente do clube.
Para se classificar para o torneio continental, o Corinthians precisa terminar o Brasileiro deste ano entre os quatro melhores. A sete rodadas do fim, está em terceiro.
Em reunião no conselho deliberativo na última segunda (27), a diretoria apresentou os números do balanço do clube em 2014.
O Corinthians esperava arrecadar cerca de R$ 108 milhões com patrocínios e venda de produtos, mas obteve R$ 91 milhões, ou seja, R$ 17 milhões a menos que o esperado. Além disso, as despesas superaram as expectativas em R$ 27 milhões.
"O país mudou. Vive uma recessão técnica. Vende menos carro, menos jornal, menos tudo. Tivemos menos receita do que esperávamos", disse o diretor financeiro, Raul Corrêa da Silva.
Se a curto prazo a saída pode ser apertar o cinto nos gastos ou tomar empréstimo bancário, a médio prazo a solução é se classificar para a Taça Libertadores.
Nos números do clube discutidos no conselho, a classificação é capaz de gerar a receita para cobrir as perdas deste ano. "Neste ano, sem a Libertadores, perdemos receita. Futebol é fácil. Futebol é gol. Se você tem gol, vende camisa, tem bilheteria, vende patrocínio. A Libertadores dá exposição e quanto maior a exposição, mais receita você consegue gerar", diz.
Participar do principal torneio continental é visto, portanto, como solução porque amplia a receita de TV e aumenta a chance de obter patrocinadores. "Temos lugares na camisa, como a omoplata, em que podemos buscar patrocinadores", afirma Corrêa da Silva.
Em 2012, quando foi campeão sul-americano, o Corinthians arrecadou cerca de R$ 30 milhões, tendo o Pacaembu como casa.
O dinheiro das rendas no Itaquerão, estádio inaugurado neste ano, por ora, está indo para o fundo do qual sairá o pagamento da construção. A primeira parcela será paga em junho de 2015.