Lenda do basquete investe em futebol
MERCADO DA BOLA Magic Johnson é um dos donos de novo time de Los Angeles, que vai disputar a liga dos EUA
Anunciado na quinta (30) como o 22º time da Major League Soccer, o principal campeonato de futebol dos EUA, o Los Angeles FC ainda não sabe se terá estrelas dentro de campo em 2017, quando vai estrear na liga.
Mas fora das quatro linhas, há uma constelação inteira no comando da equipe.
Entre os 22 sócios da franquia, estão Magic Johnson, 55, um dos maiores jogadores da história do basquete; Mia Hamm, 42, três vezes campeã olímpica e a primeira "Pelé" do futebol feminino; e Peter Guber, 72, produtor de filmes como "Rain Man", com Tom Cruise e Dustin Hoffman.
O fenômeno não é exclusividade da segunda equipe da cidade de Hollywood, que já conta com o tradicional Los Angeles Galaxy, dono de quatro títulos da MLS.
Em ascensão nos EUA, o "soccer", como o esporte é conhecido no país, tem recebido mais investimentos de astros do esporte e grandes nomes do entretenimento.
O armador do Los Angeles Lakers Steve Nash, 40, nem deixou as quadras de basquete ainda e já é acionista do Vancouver Whitecaps, uma das duas equipes canadenses que participam da liga.
Fã do futebol desde a infância, ele é peça essencial no marketing do time. Cabe a Nash a responsabilidade de atrair atenção (e patrocinadores) para o esporte.
Já Oscar de la Hoya, 41, campeão mundial de boxe em seis categorias, vai além do papel de popstar no Houston Dynamo, franquia em que em que tem 25% das ações. O ex-pugilista investiu na construção do BBVA Compass Stadium, arena que recebe os jogos do time do Texas e que foi levantada para receber lutas promovidas por sua agência.
Maior fenômeno de popularidade da MLS, o Seattle Sounders, que reúne por jogo 43.734 torcedores e tem a terceira melhor média de público entre os times de fora da Europa, também tem seus famosos na administração.
A equipe tem entre os proprietários Paul Allen, 61, ex-sócio de Bill Gates e um dos fundadores da Microsoft, e o comediante Drew Carey, 56.
Até David Beckham, 39, entrou na onda. Após encerrar a carreira no Los Angeles Galaxy, o ex-meia inglês anunciou neste ano que irá criar um time em Miami em parceria com seu empresário, Simon Fuller, criador do reality show "American Idol".
A data de estreia da equipe não está definida porque depende da construção de um novo estádio na Flórida. Os acordos necessários para a obra estão pendentes.
"Essa é uma característica dos EUA. O Jay-Z tem time de basquete [Brooklyn Nets]. Ser dono de franquia dá status, e investir no futebol é cool'. Também é um grande investimento, já que o negócio está para explodir. Quem compra uma franquia hoje sabe que daqui a dez anos ela vai valer muito mais", analisa Amir Somoggi, consultor de marketing e gestão esportiva.
A expansão no número de franquias da MLS mostra bem a escalada do futebol nos EUA. Dez anos atrás, 12 times disputavam a liga. Agora, são 19. Em 2017, serão 22. E até 2020, esperam-se 24 equipes.
Só há mais times porque há cada vez mais gente disposta a consumir o produto.
Segundo a revista "Forbes", o faturamento da MLS cresceu quase 200% entre os anos de 2008 e 2012. De US$ 166 milhões, disparou para US$ 494 milhões.
A recém-encerrada temporada regular teve média de 19.147 pessoas por jogo, a nona no mundo e a terceira nas Américas entre os campeonatos nacionais. Com 14.951 torcedores por partida ao longo de 2013, o Brasileiro é o quarto nas Américas.