Foco
Minoria no Dakar, espanhola tenta repetir bom resultado
Laia Sanz, 29, subiu em uma moto sozinha pela primeira vez aos quatro anos de idade, quando, escondida, montou o modelo de 25 cilindradas de seu irmão Joan.
Membro de uma família de motociclistas, a espanhola, piloto da equipe Honda, não se sente deslocada no Rali Dakar, no qual apenas 11 dos mais de 600 pilotos são mulheres, entre motos, quadriciclos, carros e caminhões.
A largada da competição aconteceu neste domingo (4), em Buenos Aires, cidade para a qual os participantes deverão voltar para cruzarem a linha de chegada no dia 17, após completarem o percurso de 9.295 quilômetros pela América do Sul.
Laia afirma que a existência de outras competidoras mulheres não altera em nada a sua vida durante a disputa.
"Na verdade, meu contato com elas é zero durante a disputa. Não tenho tempo de conversar com quem não é da minha equipe", diz.
Após um surpreendente 16º lugar no geral entre as motos no torneio, a espanhola chamou a atenção de todos e entra na disputa neste ano com mais responsabilidade.
"Sei que repetir o que fiz no ano passado será muito difícil. Outros competidores tiveram problemas e eu quase não cometi erros", conta.
Embora não aposte na vitória, a piloto acredita que a hegemonia de Marc Coma, tetracampeão na categoria motos, possa chegar ao fim.
"Ele é o favorito, não há dúvida. Mas há outras equipes preparadas para vencer também", afirma.
EQUIPE FEMININA
As francesas Catherine Houlès, 52, e Sandrine Ridet, 47, formam uma equipe só de mulheres no Rali Dakar.
A dupla, que vai guiar um carro da Izusu pintado de cor-de-rosa, nem pensa em vitória. O objetivo delas é apenas completar a prova.
Na história, apenas uma mulher conquistou o Rali.
Em 2001, a alemã Jutta Kleinschmidt, 51, tornou-se a primeira e, até hoje, única mulher a vencer o Rali Dakar, pela Mitsubishi.