Nadador brasileiro é flagrado no doping
NATAÇÃO
João Gomes Júnior pode ser suspenso por quatro anos, e Brasil pode perder três medalhas em Mundial
O nadador brasileiro João Gomes Júnior, 28, pode ser suspenso por quatro anos.
Ele foi flagrado em exame antidoping feito pela Fina (Federação Internacional de Natação) durante o Mundial de Piscina Curta em Doha, no Catar, em dezembro de 2014.
Além da suspensão, João Gomes pode fazer com que o Brasil perca três medalhas de ouro no Mundial: nos revezamentos 4x50m medley, 4x100m medley e 4x50m medley misto. Ele participou das três provas.
Se isso acontecer, o Brasil perderá o título da competição. Cairá da primeira para a quinta colocação no quadro geral de medalhas.
"Conversamos e ele está tranquilo porque me disse ser inocente. Se ele é inocente, vamos trabalhar na defesa para provar isso", disse Marcelo Franklin, que também comanda o departamento jurídico da CBDA (Confederação Brasileira de Desportes Aquáticos).
Franklin foi o advogado responsável por inocentar o também nadador brasileiro César Cielo da acusação de doping em 2011.
Não foi divulgada a substância proibida usada pelo brasileiro, mas a reportagem apurou que a CBDA já trabalhar na defesa do atleta, considerando a possibilidade de alegar doping acidental.
Em conversa com representantes da entidade, o nadador disse ter ingerido medicamento manipulado com substância diurética.
Na medicina esportiva, substâncias diuréticas são vistas como subterfúgio para mascarar a utilização de outras substâncias.
"Vamos esperar a denúncia formal da Fina para ver quais as providências nós vamos tomar", completou o advogado.
A CBDA também não quis se pronunciar sobre o assunto, alegando não ter sido comunicada oficialmente do doping do atleta.
ANTES E DEPOIS
A confederação vai argumentar que o brasileiro deve ser julgado de acordo com o código antigo da Wada (Agência Mundial Antidoping). Neste caso, sua punição máxima seria de dois anos longe das piscinas.
A regra atual da Wada prevê punição de quatro anos, mas essa passou a valer apenas a partir do último dia 1º. Quando o Mundial de Piscina Curta aconteceu, valia o código antigo.
"O nosso entendimento é que deveria ser aplicado o código anterior, que prevê penas menos severas", disse Marcos Motta, advogado especializado em direito esportivo, em entrevista ao Sportv.
Motta e Franklin são sócios do mesmo escritório de advocacia no Rio de Janeiro.
Eles já atuaram juntos na defesa de atletas flagrados no doping, como o meia Deco, condenado em primeira instância e inocentado após recurso no CAS (Tribunal Arbitral do Esporte).