Homens de confiança
Jadson e Michel Bastos, antes sob suspeita, lideram Corinthians e São Paulo em clássico
Sorridente, Michel Bastos, 31, se diverte ao posar para fotos para a reportagem da Folha e tira uma onda. "Nasci para fazer isso", brinca. "Mas prefiro jogar futebol."
O meia do São Paulo passa tranquilidade apesar da cobrança externa e, especialmente, interna no São Paulo para ser campeão.
Jadson, 31, encontra em 2015 o desafio de manter a regularidade em alto nível. O próprio meia do Corinthians reconhece que oscila muito.
"Às vezes, eu saía do time e, quando voltava, não mantinha o mesmo futebol. O meu empenho desde o início do ano é para manter o mesmo futebol o ano todo", diz.
Os dois meias se enfrentam nesta quarta (18), no Itaquerão. Corinthians e São Paulo jogam pela 1ª rodada da fase de grupos da Libertadores.
A partida deve ter recorde de público no estádio corintiano. Até terça, haviam sido vendidos 37 mil ingressos. A marca a ser batida é de 38.413 torcedores, em dezembro, contra o Criciúma.
Desde que chegou ao São Paulo, em agosto de 2014, Bastos conviveu com pressão.
A primeira foi para mostrar que ainda podia jogar em alto nível após nove anos no exterior --os últimos dois em baixa. Depois, teve de lidar com a ideia de substituir Kaká, que saiu em dezembro.
Saiu-se bem em ambas situações, conquistou a confiança de Muricy Ramalho e da torcida são-paulina.
"Reajo bem a esses desafios. Confio em mim e dou meu máximo para não falarem que sou apenas o substituto do Kaká, mas para dizerem que é o Michel jogando", almeja o jogador, que disputou a Copa de 2010.
Jadson quase teve de se acostumar com a ideia de que seu futuro não estava no Corinthians. Reserva em parte da última temporada, chegou a pensar em ir para o Flamengo. Até que Tite chegou.
"Ele sabia que eu esperava pela oportunidade, viu o esforço que eu estava fazendo nos treinos. Jogar no Corinthians não é fácil, não", diz.
Será o primeiro confronto entre os arquirrivais pela Libertadores. E ambos continuam invictos no ano.
"Corinthians e São Paulo... Acho que é o maior clássico do futebol brasileiro. Ou um dos maiores", afirma Jadson, que estava no Morumbi até o começo do ano passado.
"Quem não gosta de duelo assim? Um motivo para eu voltar ao Brasil é porque senti falta dessa atmosfera. Estar em um grande jogo, com estádio lotado, rivalidade e grandes jogadores é o cenário ideal", comemora Bastos.