Corinthians tenta 2ª vitória com versátil Danilo e mais 10
LIBERTADORES
Meia de 35 anos lidera time contra San Lorenzo, na Argentina
Em 2004, Cuca, então técnico do São Paulo, ofereceu um churrasco para quem conseguisse imitar Danilo.
Onze anos depois, o meia de 35 anos continua com o mesmo jeito caipira, discreto e mineiro. Mas agora é também um sobrevivente.
Nesta quarta (4), o Corinthians terá Danilo e mais dez contra o San Lorenzo, no segundo jogo do time pelo Grupo 2 da Libertadores.
A partida em Buenos Aires será com portões fechados. O clube argentino foi punido pela Conmebol por atos violentos de sua torcida em 2014.
"Ele é capaz de fazer qualquer função que eu peça em altíssimo nível", elogia Tite.
Um mérito que nem sempre foi reconhecido.
No ano passado, a diretoria não queria renovar seu contrato. Achava que o ciclo do jogador no Parque São Jorge estava encerrado.
Só ganhou um novo acordo --até o fim de 2015-- porque os outros atletas da posição não corresponderam.
Neste ano, quando recebeu uma chance, manteve a regularidade admirada por Tite desde 2010, ano em que se encontraram pela primeira vez.
Antes disso, estava no Kashima Antlers (JAP) e queria voltar ao Brasil. Foi oferecido ao São Paulo, pelo qual fora campeão da Libertadores e Mundial em 2005. A proposta foi recusada pelo clube porque, aos 30 anos, Danilo era considerado velho.
"Aprendi que as coisas mudam muito rapidamente. Se você não serve hoje, amanhã pode fazer um gol decisivo e ser titular. É assim mesmo", reconhece o jogador.
Danilo sabe do que está falando. São cinco títulos pelo Corinthians (Brasileiro-2011, Libertadores e Mundial-2012, Paulista e Recopa-2013). Além disso, fez o gol que colocou a equipe na final do torneio sul-americano e empatou a partida na Vila Belmiro que fez o clube campeão estadual.
"Eu sempre acredito que coisas boas vão aparecer para mim", completa.
SEM RECONHECIMENTO
Danilo tem uma carreira repleta de títulos, mas com poucos prêmios individuais. No Brasileiro, o máximo que conseguiu foi ser o quarto melhor meia em 2003, pelo Goiás.
Nunca foi convocado para a seleção brasileira.
Neste ano, Tite ameaça reinventá-lo. Danilo, meia que já quebrou o galho de volante e até de lateral, é escalado também como um falso centroavante. Deu mais certo do que o técnico esperava.
"Como pivô ele não se desgasta tanto. Pode jogar em qualquer uma das duas posições [meia ou atacante]", analisa o técnico corintiano.
Nesta quarta, Danilo deve atuar no ataque. Com a contusão de Emerson Sheik, ele poderia voltar para o meio, mas Tite preferiu não mudar o esquema que deu certo na vitória sobre o São Paulo. O colombiano Mendoza deve ficar com a vaga de Emerson.
"Eu não escolho posição, não. De centroavante é até bom. Eu corro menos. Estou ficando velho", brinca, com o mesmo jeito caipira que divertia Cuca há 11 anos.