ONG da família Grael rejeita parceria para limpar baía
OLIMPÍADA
Conselheiros do Instituto Rumo Náutico vetam unanimemente proposta de convênio com governo do Rio
O conselho do Instituto Rumo Náutico, organização não governamental da família de velejadores Grael, vetou nesta segunda-feira (30) parceria com o governo do Estado do Rio para que conduzisse um processo de remoção de lixo da Baía de Guanabara.
O local receberá as competições de vela nos Jogos Olímpicos, em 2016, e tem sofrido críticas de velejadores do país e do exterior por causa de seus altos níveis de poluição.
Segundo Lars Grael, um dos conselheiros do Rumo Náutico, a rejeição foi unânime. "Dos 12 conselheiros, dez compareceram. Somos conceitualmente favoráveis a um projeto dessa natureza, mas não para nosso instituto operar. Não é nossa vocação."
Na quinta passada (26), o secretário estadual do Ambiente, André Corrêa, havia anunciado a contratação, em caráter emergencial (sem licitação), da ONG para construir cinco novas barreiras para reter o lixo que chega à Guanabara e reativar dez barcos para coletar objetos.
Na ocasião, ele estava acompanhado de Axel Grael, fundador do instituto mas hoje sem cargo diretivo nele.
O convênio seria orçado em R$ 20 milhões e teria validade de 18 meses. A questão é que Corrêa divulgou o acordo sem que o projeto tivesse passado pelo crivo do conselho do Rumo Náutico e pela aprovação de seu atual presidente, Torben Grael.
A secretaria de Ambiente do Rio divulgou nota na qual afirmou "lamentar" a decisão do instituto em refutar a parceria. O governo, agora, criará um plano de emergência para o evento-teste olímpico da vela, previsto para ser realizado em agosto próximo.
"Não vamos medir esforços e realizaremos um mutirão para que, a exemplo do anterior, o evento-teste deste ano aconteça dentro dos níveis esperados", disse Corrêa.
Ele assegurou que vai entrar com pedido urgente no Tribunal de Contas do Estado para que seja feita licitação para que outra empresa faça a limpeza da baía.