Após queda, futuro da Portuguesa é incógnita até para presidente
PAULISTA
Em crise financeira, com dívida de R$ 100 mi, clube não terá dinheiro da TV na Série C do Brasileiro e nem na segunda divisão do Estadual
O futuro da Portuguesa depois do rebaixamento para a Série A2 do Paulista é uma incógnita até mesmo para seu presidente, Jorge Manuel Marques Gonçalves, no cargo há apenas três semanas.
Depois da derrota por 3 a 0 para o São Paulo, na quarta-feira (8), que sacramentou a queda, o mandatário da Lusa disse à Folha não saber qual orçamento terá à disposição para o restante do ano e nem o tamanho da reformulação do elenco para a Série C do Campeonato Brasileiro --estreia no dia 16 de maio, contra o Londrina (PR).
Mas, em um discurso otimista, prometeu recuperar o clube, hoje atolado em dívidas de cerca de R$ 100 milhões e salários atrasados.
"Com transparência e compromisso, vamos superar esse momento triste. Da minha sala, eu posso ver nosso estádio. Erguemos o Canindé praticamente sem recurso nenhum, só com a ajuda da nossa comunidade", afirmou.
É com o apoio dessa mesma comunidade, formada principalmente por imigrantes e descendentes portugueses, que Gonçalves pretende contar para, em suas palavras, reconstruir a Lusa.
"Vamos ter que procurar investidores, parcerias na nossa comunidade. Temos que ter criatividade e suar muito para convencer o mercado a investir na Portuguesa", disse o presidente.
O que complica os planos de reerguer a Lusa é que os seguidos rebaixamentos do clube foram derrubando seu faturamento e, consequentemente, o potencial para contratar bons jogadores.
O clube, que dois anos atrás recebeu R$ 20 milhões pela transmissão dos jogos na Série A do Brasileiro agora acredita que não irá receber dinheiro nenhum da TV na Série C --a CBF custeia despesas de hospedagem, transporte e alimentação.
No Paulista, a situação de declínio irá se repetir com o novo rebaixamento. Segundo Gonçalves, a "TV não paga nada" na A2. Por sua participação no Estadual deste ano, o clube recebeu a cota padrão dos times pequenos: cerca de R$ 2,7 milhões.
"Vamos achar um jeito de fortalecer nosso orçamento. É o único jeito." (RR)