Argentino leva Cruzeiro à 5ª final consecutiva
VÔLEI
Técnico campeão em seu país e na Espanha, abandona superstição rumo ao tri da Superliga
Dois Marcelos comandam o Cruzeiro. Nos gramados de Minas Gerais, Marcelo Oliveira dirige o time de futebol, atual bicampeão brasileiro. Nas quadras, Marcelo Mendez é o técnico da equipe de vôlei há seis anos e busca o tri da Superliga masculina no domingo (12), às 10h, no Mineirinho, contra o Sesi-SP.
O mineiro Oliveira visitou o argentino Mendez na semifinal contra o Minas. Presença retribuída na quarta (8) contra o Mineros, da Venezuela, pela Libertadores. Duas vitórias. Tudo azul.
"Ele costuma ir às partidas decisivas. Quando nos encontramos, falamos de vôlei e futebol", diz Mendez à Folha.
Mas o xará entende de vôlei? "Ele é inteligente e capaz. Todo treinador entende como é comandar um grupo", esquiva-se o argentino.
Ex-jogador de vôlei, Mendez diz que era "defensor, rústico" no futebol nas ruas de Buenos Aires na infância.
Torcedor do River Plate, ele se tornou atleta e depois técnico da equipe.
Multicampeão na Argentina, Mendez se mudou para a Espanha, onde também ganhou títulos e chegou a treinar a seleção, em 2007. Manteve a tranquilidade no comando dos jogadores, mas deixou uma superstição.
"Sempre jogava com a mesma cueca. Limpa, claro. Mantinha a roupa quando vencíamos. Não faço mais", conta.
Assim, não dá bola para uma coincidência. Das quatro finais de Superliga, o Cruzeiro ganhou em 2012 e 2014 (anos pares) e perdeu em 2011 e 2013 (ímpares). Em 2015, encara o Sesi como em 2014.
Sem aceitar o favoritismo, apesar da melhor campanha e da base campeã, Mendez assume uma vantagem: os mais de 10 mil torcedores esperados no Mineirinho.
"Nossa torcida é mais emocionante. A camisa do Cruzeiro é muito respeitada. Até atleticanos torcem para nós", afirma o argentino torcedor do River, mas fã de Maradona, ídolo do Boca Juniors.