Política
Líderes do Bom Senso irão a Brasília para enfrentar CBF
Movimento pretende levar jogadores ao Congresso para impedir alterações importantes na MP
Sabendo da ofensiva da CBF para desconstruir a medida provisória do futebol enviada pelo governo ao Congresso, o Bom Senso se articula para evitar que o texto sofra alterações substanciais durante a tramitação.
O movimento, que reúne mais de mil jogadores de futebol no país, vai enviar representantes a Brasília na próxima semana para conversar com os parlamentares.
Alinhado com o governo Dilma Rousseff, o Bom Senso tenta ganhar força no Congresso para que a MP se torne lei e não perca as suas principais características.
Com esse propósito, o movimento pretende chegar a Brasília com alguns de seus nomes mais conhecidos.
A ideia é que figuras carimbadas, como o zagueiro Paulo André (Cruzeiro), o goleiro Dida (Inter), o meia D'Alessandro (Inter) e o goleiro Fernando Prass (Palmeiras), saiam em defesa da MP diante dos parlamentares.
Paulo André, por exemplo, pode ir já no dia 7 de maio à Câmara para discutir a medida em audiência pública.
A presença do jogador, porém, depende de sua agenda com o Cruzeiro, sua equipe, que joga com o São Paulo no dia anterior pela Libertadores. O presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, também foi convidado para a discussão.
O Bom Senso diz que não se nega a negociar as contrapartidas questionadas pela CBF. "Toparia negociar se esses critérios são considerados muito rígidos. Mas gostaria de entender o que eles propõem como contrapartidas", afirma Ricardo Borges Martins, diretor do movimento.
O Bom Senso refuta, no entanto, que a MP seja inconstitucional, principal argumento da CBF. "Essa tese é absolutamente furada. As contrapartidas são facultativas", diz trecho de comunicado emitido pelo grupo.
Em outro trecho, o Bom Senso diz que "a CBF tem que se enquadrar nas leis do país. Isso não é intervenção. É um novo enquadramento que os clubes e entidades de administração do esporte precisam entrar".
Na comissão que discutirá a MP no Congresso, além de líderes governistas, o Bom Senso deve ter como aliado o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), desafeto da CBF.