'O trabalho vai continuar', diz diretor do FBI
Na entrevista para explicar o que chamaram de "Copa do Mundo da fraude", as autoridades americanas se esforçaram para deixar clara a mensagem de que as investigações continuam e mais está por vir.
Com o interesse crescente pelo futebol nos EUA, parte da cúpula da Justiça americana foi à Corte do Brooklyn, em Nova York, nesta quarta (27), onde o processo foi aberto. "O trabalho vai continuar até que todos os corruptos sejam descobertos. A mensagem é que este tipo de conduta não será tolerada", afirmou James Comey, diretor do FBI.
A secretária de Justiça dos EUA, Loretta Lynch, saiu de Washington para ir à entrevista, que reuniu mais de cem jornalistas de diversos países.
"Duas gerações de executivos da Fifa, da Concacaf e da Conmebol usaram seus cargos de confiança para solicitar propinas de empresas de marketing esportivo em troca de direitos comerciais sobre campeonatos", disse.
"Eles fizeram isso ano após ano, campeonato após campeonato", afirmou, citando, entre outros exemplos, o acordo de patrocínio da seleção brasileira com uma "grande empresa de artigos esportivos dos EUA".
Embora a escolha da África do Sul para abrigar a Copa de 2010 esteja sob escrutínio dos procuradores, a eleição do Brasil para sediar o evento em 2014 não foi incluída, segundo o procurador de Nova York Kelly Currie. "Não há conduta relacionada à escolha [do Brasil] em 2014 como parte deste processo", disse.
Ao ser questionada sobre a ausência do presidente da Fifa, Joseph Blatter, nas acusações, Lynch afirmou que não falaria sobre indivíduos não mencionados. "O que posso dizer é que essa investigação está em andamento e vai continuar." (GIULIANA VALLONE)