EUA têm base legal para investigar o caso
Os dirigentes presos tinham ligações com a Fifa, organização com sede na Suíça, e são acusados de pagar propinas em diversos locais do mundo. Ainda assim, foram presos por ordem da Justiça dos Estados Unidos.
Isso porque, ainda que parte dos crimes não tenha acontecido em solo americano, as autoridades têm instrumentos legais para processar e condenar cidadãos ou empresas estrangeiras por corrupção desde que tenham conexão com atividades no país.
De acordo com a secretária de Justiça, Loretta Lynch, os acusados usaram bancos e sistemas de remessa de dinheiro americanos para distribuir pagamentos de propinas oriundos do esquema.
"Quem encosta nas nossas fronteiras com empreendimentos de corrupção por meio de reuniões ou do uso do nosso sistema financeiro será considerado responsável. Ninguém está acima ou abaixo da lei", disse James Comey, diretor do FBI.
Um dos instrumentos que pode ser usado pelas autoridades americanas é a lei de combate à corrupção no exterior, conhecida como FPCA.
Em vigor desde 1977, o texto se aplica a empresas e indivíduos norte-americanos, mas também a estrangeiros com atividades ou que tenham propriedades no país.
O mercado do "soccer" cresceu exponencialmente nos últimos anos, o que daria razões econômicas às investigações. Segundo a revista "Forbes", o faturamento da liga americana subiu quase 200% entre 2008 e 2012.
Lynch ainda usou como exemplo a realização nos Estados Unidos, em 2016, da Copa América. "O que deveria ter sido uma expressão de espírito esportivo internacional foi usado como veículo para um esquema de propinas", disse.