Cesar Cielo vai à final com o pior tempo
MUNDIAL AQUÁTICO Atual bicampeão dos 50 m borboleta, brasileiro tem atuações decepcionantes em Kazan
Duas quedas na água. Duas atuações decepcionantes. Outra nem ocorreu.
E o primeiro dia do Mundial de Kazan para Cesar Cielo, o principal nome do país na natação atualmente, neste domingo (2), foi simplesmente para esquecer.
A duras penas, o nadador se classificou à final dos 50 m borboleta, prova da qual é bicampeão mundial. Passou das eliminatórias com o 14º tempo e das semis, com o 8º.
Entrou para a final, que será realizada nesta segunda-feira (3), mas reconheceu ter ínfima chance de levar ouro.
"A prova está mais entre o Nicholas e o Manaudou mesmo. Vou ver se consigo morder esse bronze", afirmou ele, em referência ao compatriota Nicholas Santos e ao francês Florent Manaudou, melhores das semifinais –23s05 e 22s84, respectivamente.
Ouro na distância em Xangai-2011 e Barcelona-2013, Cielo classificou-se para a decisão com a marca de 23s29, bem acima de seu registro de inscrição, que era de 23s11.
"O meu tempo deixou bem a desejar. Eu nado mais de meio segundo mais rápido."
Pela manhã, queixou-se do frio na Arena de Kazan, estádio de futebol onde foi instalada a piscina. À tarde, disse sofrer com problema no ombro e com cansaço. No meio tempo, pediu para se ausentar da equipe do revezamento 4 x 100 m livre, que ficou em quarto lugar na final (leia texto nesta página).
A ideia do técnico-chefe da equipe, Alberto Pinto da Silva, era escalá-lo. "Eu não seria um fator diferencial para o revezamento. Agora, é descansar e pensar na Olimpíada. Quero ajudar os caras e voltar a nadar esse revezamento bem", disse Cielo.
O semblante de Cielo exibia desânimo e atordoamento. Apontou "um show de errinhos" que não comete em competições de alto nível.
Ele atribuiu parte do insucesso à dor no ombro, que teria sido contraída no último mês. O paulista deixou o Brasil em junho para disputar o Aberto da França – onde não nadou bem – e se preparar em Eindhoven, na Holanda, à parte do restante da delegação brasileira, que foi para Rio Maior, em Portugal.
O mau momento põe em xeque suas expectativas para os 50 m livre, na sexta (7), na qual defende o tri. "Estou fazendo tratamento. Nunca tive que lidar com lesão em competição antes", afirmou.
Já Nicholas Santos, 35, passou com segurança à final. "Me senti bem tranquilo", disse o brasileiro.