Filho de coreanos será o 3º brasileiro no principal circuito de golfe dos EUA
Morando na Califórnia desde os 11 anos, Lucas Lee quer medalha na Olimpíada do Rio
Filho de coreanos, residente na Califórnia desde os 11 anos de idade, Lucas Yu Shin Lee surge como a maior esperança brasileira do golfe para a Olimpíada do Rio.
A dez meses dos Jogos, com 28 anos e morando em Las Vegas, também nos EUA, o golfista nascido em São Paulo vai se tornar neste mês o terceiro brasileiro a disputar o PGA Tour (circuito profissional norte-americano).
Lee ainda não sabe em qual torneio vai estrear na temporada 2015-2016, mas entende a importância de jogar ao lado dos melhores do mundo e o que isso pode significar rumo à Rio-2016.
"Jogando bem no PGA, eu ganho pontos para poder jogar na Olimpíada", responde, por e-mail, em português.
Atualmente 310º do ranking mundial, ele conquistou a vaga para jogar entre astros como o norte-americano Tiger Woods ao ficar entre os 25 melhores do circuito de acesso, que terminou em agosto.
Das premiações de cerca de US$ 100 mil que recebia na divisão inferior, agora ele jogará por prêmios que podem chegar a US$ 1 milhão.
Os outros dois brasileiros no PGA Tour foram o carioca Jaime Gonzalez, nos anos 1980, e o paulista Alexandre Rocha, em 2011 e 2012.
"Não sinto muita pressão. Seria diferente se eu fosse o primeiro. Estou sim muito empolgado para representar meu país no maior tour de golfe do mundo", afirma.
Para os Jogos do Rio, o Brasil tem garantidas uma vaga no masculino e uma no feminino, por ser país-sede.
Lee está na atual lista dos 60 golfistas com lugar na Olimpíada por méritos próprios –há limite de atletas por país, o que abre vagas para golfistas até entre os 400 melhores do mundo.
O gaúcho Adilson da Silva detém a última vaga na lista olímpica hoje. No feminino, a paranaense Mirian Nagl seria a representante brasileira. O golfe retorna aos Jogos após ser disputado pela última vez em St. Louis-1904.
Lee começou a jogar golfe quando os pais se mudaram para os EUA. Jogou o circuito universitário pela UCLA (onde se graduou em história, em 2009) e sonha alto quando fala dos Jogos do Rio.
"Certamente penso em ganhar uma medalha", afirma.
VIAGENS AO BRASIL
O campo de golfe da Barra da Tijuca ainda está em construção, mas Lee diz que gostaria de ter a chance de jogar nele antes da Olimpíada.
Ao Rio ele foi apenas duas vezes. Ao Brasil volta sempre, duas vezes ao ano.
"Falo em português com meus pais e com a família. Nunca deixei de pensar que sou brasileiro", diz o golfista (terceiro-sargento do Exército desde fevereiro) que, nesta semana, disputa os Jogos Mundiais Militares, na Coreia do Sul, terra dos pais.
Lee é primo de Angela Park, a brasileira com melhores resultados na história do golfe mundial. Ela também foi ainda criança para a Califórnia e não fala português.
Aos 19 anos, em 2007, Angela foi eleita a caloura do ano da liga profissional americana, chegou a ser 14ª do ranking mundial e conseguiu um vice-campeonato no Aberto dos EUA. Abandonou a carreira em 2010.
Angela sonha em voltar a jogar devido à Olimpíada no Rio. O primo está bem mais perto de realizar esse desejo.