No olho do furacão
A reclusão de quase cinco anos de Ana Paula Arósio foi quebrada há três semanas; só que não
Depois de quase cinco anos de reclusão, Ana Paula Arósio parecia que voltaria à cena. No último dia 12, o "Fantástico" publicou um depoimento de nove segundos em que a atriz de 39 anos fala sobre a retomada de sua carreira, um trabalho no longa "A Floresta que Se Move".
Nas semanas seguintes, o diretor do filme, Vinicius Coimbra, passou a ter "grande dificuldade" para falar com a atriz. "O assédio passou a ser forte demais, e ela voltou a se isolar", ele conta.
Arósio está reclusa desde 2010, quando quebrou contrato com a Globo. Ela atuaria na novela "Insensato Coração" e permaneceria na emissora até 2015, mas desistiu de tudo pouco antes de as gravações começarem.
O próprio depoimento exibido no "Fantástico" não foi gravado pela emissora. As imagens foram feitas e cedidas pela produtora do filme, segundo a empresária da atriz, Graça Nascimento.
Em contato com a empresária desde o início do ano, a Folha também tentou entrevistar Arósio. Segundo Nascimento, sua cliente quer distância da imprensa --talvez fale no lançamento do filme.
Em "A Floresta que Se Move", ela interpreta a mulher de um banqueiro, em livre adaptação de "Macbeth", de Shakespeare. Coimbra diz que concluiu 70% das filmagens.
FAZENDA
Desde o sumiço de Arósio, especula-se sobre os motivos de seu isolamento, inicialmente em sua fazenda nos arredores de Santa Rita do Passa Quatro (SP) e, mais recentemente, em Londres, onde a atriz estaria morando hoje com seu marido.
O assédio da imprensa, não bastasse ser ele próprio um motivo evidente, resultou em hipóteses que foram da depressão à gravidez.
Na Globo, funcionários entrevistados cogitam que a causa da reclusão seria o peso. Falam que, para o figurino de sua última novela, Arósio teria informado o número 40, mas estaria usando 44.
Em contraponto, seu cabeleireiro Duda Molinos postou uma foto em rede social (veja nesta página) em março deste ano --uma prova de que sua cliente estava magra.
Em Santa Rita do Passa Quatro, o funcionário de um posto de gasolina onde a atriz costumava abastecer o carro (uma Land Rover preta, ele diz) passou a testemunhar plantões de repórteres. Seguindo instruções do dono do posto, ele preferiu não dizer seu nome ao jornal.
Jornaleiros, cabeleireiros, donos de bares e de lojas de produtos agrícolas se recusam a falar sobre o assunto alegando respeito à atriz.
CAVALO BRANCO
Em 2010, Arósio casou-se na fazenda, não chamou famosos e pediu discrição aos convidados (algumas poucas dezenas). A atriz chegou à cerimônia montada em um cavalo branco. O paparazzo Marcelo Liso driblou a segurança e fez retratos da cerimônia para a revista "IstoÉ".
Para tanto, investigou o casório por uma semana e deu plantão de dez horas no meio de um pasto vizinho à fazenda de Arósio. Hoje, diz ele, cobraria entre R$ 50 mil e R$ 100 mil por essas imagens.
Não foi a primeira roubada que Liso enfrentou para conseguir fotos da atriz. Em 2008, ele diz ter passado um mês e meio dentro de um carro, em frente ao prédio onde Arósio morava, na Vila Mariana, São Paulo, até fotografá-la beijando um namorado.
Esse cerco é amparado pelo consumo de notícias. Reportagens ou fotos inéditas de Ana Paula Arósio costumam atrair até seis vezes mais internautas do que outras notícias do mundo das celebridades.