Aos 15, rapaz descobre barato de pegar livros emprestados
'Você não gasta nada e alguém escolhe por você', diz estudante
O estudante de pedagogia Eduardo Alencar, 21, costuma frequentar livrarias. Gosta de passear entre as estantes de livros, perambular ao léu. Mas não compra nada. Por dois motivos: nunca sabe o que levar para casa e, principalmente, não tem dinheiro para investir errado.
"Pegar emprestado tem vantagens. Você não gasta e alguém escolhe por você. O livro da minha vida eu descobri pegando emprestado", conta.
"Disse para uma amiga que queria ler algo que me fizesse chorar e rir. Ela passou o olho na estante e puxou um exemplar de O Meu Pé de Laranja Lima', de José Mauro de Vasconcelos. Li quatro vezes seguidas."
Eduardo nasceu no Jardim Miriam, zona sul de São Paulo. Até os 15 anos, nunca tinha lido um livro. O primeiro caiu na sua mão por acaso.
Convidado por uma amiga, foi conhecer a biblioteca de um projeto social voltado para literatura, chamado Os Escritureiros de Parelheiros. Ali, catou um livro.
"Li Casebre do Fantasma', da Luci Guimarães Watanabe. Comecei a descobrir o prazer de ler", diz.
Desde então, elegeu duas autoras favoritas: Ruth Rocha e Ana Maria Machado. Não gosta de livros da moda. Cita dois destes que leu e detestou: "Crepúsculo", de Stephenie Meyer, e "A Culpa É das Estrelas", de John Green.
E adora ser surpreendido por autores que não conhece. "Acho maravilhoso quando cai um livro de surpresa na minha mão. Livros têm que circular, têm que ter vida. Entre o meu grupo de amigos, é um troca-troca", comenta.