Compositor nacionalista é assunto da Coleção Folha
Volume reúne obra do tcheco Antonín Dvorák
A Coleção Folha Mestres da Música Clássica leva às bancas no domingo (16) o compositor tcheco Antonín Dvorák (1841-1904). O adjetivo "tcheco" aqui não é supérfluo. Dvorák (pronuncia-se "dvôr-jác) é um dos expoentes do nacionalismo musical do século 19 e disputa com Bedrich Smetana o título de compositor nacional do país.
"Tal como [o húngaro] Liszt, Dvorák tinha uma alta consciência estrutural da música ocidental e resgatava tradições locais", diz Manuel da Costa Pinto, autor do livro-CD e colunista da revista "sãopaulo". Para ele, pesou o fato do compositor ter passado boa parte da vida em sua terra.
Durante temporada nos EUA, onde dirigiu o Conservatório de Música de Nova York, atribuiu-se a ele --com alguma controvérsia, explicada no livro-- a criação de um modelo de música nacional norte-americana, que incorporava canto religioso dos escravos.
No CD, trechos do "Quinteto com Piano nº 2 em Lá Maior, op. 81" e do "Quarteto com Piano em Mi Bemol, op. 87" revelam a influência do amigo Brahms sobre o tcheco. "Ambos têm uma austeridade formal que disciplina a emoção e a imaginação musical", diz Costa Pinto.