Racionais empolgam em show grandioso
Grupo lançou o disco 'Cores & Valores' em apresentação em São Paulo no sábado (20)
Os fãs, que esperaram 12 anos por um novo disco de inéditas dos Racionais MC's, presentes no lançamento do disco "Cores & Valores" precisaram ter um pouco mais de paciência até poderem ver o maior grupo do rap nacional apresentar o trabalho.
A festa, com ingressos a R$ 140, começou às 22h de sábado (20) no Espaço das Américas, em São Paulo, mas os Racionais só entraram no palco à 1h30. Antes disso, aqueceram a plateia o grupo novato Obstinados, o rapper Dexter e a cantora Negra Li.
Segundo a assessoria de imprensa do local, compareceram cerca de 7.000 pessoas --a capacidade é de 8.000. Entre os fãs, estava o senador Eduardo Suplicy (PT-SP).
Para compensar a demora, os ídolos surpreenderam ao surgir em um cenário grandioso. Foram criados os muros de uma espécie de instituição financeira --que mais parece uma prisão--, com paredões que imitam concreto e têm arame farpado no alto.
De dois andares, a estrutura abriga, onde seria um espaço para vigia, no alto, a cabine dos DJs, que trabalham sob comando de KL Jay.
Uma explosão fez os dois portões da construção se abrirem, com cifrões imensos nas grades dessas portas. Então Mano Brown, Edi Rock, Ice Blue e seus MCs e b-boys tomaram de assalto o palco, onde até uma moto passeava de vez em quando.
O clima de assalto foi reforçado por bailarinos de uniforme laranja, como os de garis, vestindo máscaras de palhaço e empunhando armas --como na foto da capa do disco novo.
Também chamou a atenção um bailarino vestido de curinga. A cena de roubo lembra, aliás, a do filme "Batman - O Cavaleiro das Trevas" (2008), quando o vilão e uma quadrilha saqueiam um banco disfarçados de palhaços.
"Isso é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com a realidade de alguém é uma mera coincidência", disse Brown, que, assim como Edi Rock e Ice Blue, usava colete --o modelo sugeria ser do tipo à prova de bala.
As composições de "Cores & Valores" dominaram a primeira parte do show --ao todo, a apresentação durou uma hora e 15 minutos.
"Somos o que Somos", "Eu Compro", "A Praça" e "Você me Deve", entre outras, mostraram já ter sido aprendidas pelos fãs --o disco saiu no fim de novembro, em formato digital.
Da nova safra, porém, a que parece empolgar mais é "Quanto Vale o Show" --pergunta que, ao final da noite, deveria ser respondida com generosidade pelos fãs.
Depois das faixas novas, foram lembrados sucessos do grupo, que completou, em 2014, 25 anos de carreira. O público cantou em coro "Vida Loka (Parte 1)", "Vida Loka (Parte 2)", "Negro Drama", "Artigo 157" e "Homem na Estrada", entre outras.