O texto abaixo contém um Erramos, clique aqui para conferir a correção na versão eletrônica da Folha de S.Paulo.
Crítica show
Foo Fighters faz pandemônio de três horas no Morumbi
No bloco de covers, a banda tocou Kiss, Queen, David Bowie e The Faces
Nos primeiros minutos de apresentação do Foo Fighters no Morumbi, na última sexta-feira (23), o cantor e guitarrista Dave Grohl escorregou e caiu, levantando-se rapidamente. Foi, literalmente, o único escorregão de um show de rock impecável.
Na segunda parada de sua turnê brasileira, a banda americana repetiu o pandemônio de dois dias antes em Porto Alegre: quase três horas de guitarras furiosas e entrega total de seus integrantes no palco.
Mostrando músicas de todos os álbuns dos 20 anos da banda, o Foo Fighters mostrou toda a sua evolução até chegar à condição de show mais quente do cenário atual.
Aos 46 anos, Grohl fez sua segunda aparição no estádio. Em 16 de janeiro de 1992, ele esteve no Morumbi como baterista do Nirvana, a banda que reinventou o rock independente americano e virou lenda depois da morte do cantor e guitarrista Kurt Cobain, em 1994, aos 27 anos.
Após ter empunhado as baquetas numa banda tão importante, era natural que Grohl procurasse um bom baterista para seu grupo seguinte. E ele encontrou o melhor da nova geração.
Taylor Hawkins tem grande participação na excelência do Foo Fighters. Bate os tambores feito um animal.
Foram 23 canções, sendo apenas três do disco mais recente, "Sonic Highways", lançado no ano passado: "Something from Nothing" (que abriu a noite), "Outside" e "Congregation".
Na primeira hora de show, o grupo emendou uma música na outra, e Hawkins segurou a onda. Já nessa parte inicial, o grupo disparou hits como "Learn to Fly", "My Hero" e "Breakout".
A banda mostrou seu bloco de covers, que tradicionalmente é executado numa passarela que se projeta sobre o público.
As escolhidas para São Paulo foram "Detroit Rock City", do Kiss, "Stay with Me", do Faces (a banda de Rod Stewart no início dos 1970), "Tie Your Mother Down, do Queen, e "Under Pressure", que o mesmo Queen gravou com David Bowie.
Após duas horas e 50 minutos, com direito a um fã subir no palco e propor casamento à namorada (e ela aceitar) diante de 55 mil pessoas (dos 67 mil disponíveis), a banda encerrou a noite com um de seus maiores sucessos, "Everlong".
Depois de um show marcado para o Rio no domingo (25), a banda deve encerrar a turnê nesta quarta (28), em Belo Horizonte.