Instituto Moreira Salles compra série de Geraldo de Barros
Além da clássica 'Fotoformas', IMS também receberá em comodato 'Sobras', o último trabalho do artista
Negociação com família do modernista prevê reedição das cerca de mil imagens; museus do exterior queriam acervo
Num acordo costurado nos últimos dois anos com a família do artista Geraldo de Barros, o Instituto Moreira Salles acaba de comprar as 620 imagens da famosa série "Fotoformas", criada nos anos 1950, e receberá em comodato por sete anos as 1.600 peças de "Sobras", o último trabalho do fotógrafo, dos anos 1990.
Barros, morto aos 75 anos, em 1998, foi um dos maiores nomes da fotografia moderna no país. Essa aquisição garante que quase todo o conjunto de sua obra fotográfica permaneça no país --os milhares de negativos, agora expostos no Rio, estavam em Genebra com a filha dos artista, Fabiana de Barros, desde os anos 1980.
"Esses negativos têm mais de 60 anos e precisam de um cuidado especial que não posso mais assumir", diz Fabiana. "Era uma dívida que eu tinha com a obra dele e um legado para a fotografia no Brasil."
Ela conta que a família recebeu propostas de museus como o Getty, de Los Angeles, interessados na obra de Barros, mas preferiu que a coleção ficasse no Brasil. O acordo com o Instituto Moreira Salles também prevê uma reedição de todas as imagens das séries "Fotoformas" e "Sobras".
Muitas delas, aliás, nunca foram impressas. Das "Sobras", o artista ampliou só 80 das cerca de 400 fotos da série.