Crítica filme na TV
Longa inutilmente complexo esteriliza problema abordado
Quando o cineasta Steven Soderbergh decide tocar em um "tema sério", é difícil saber se está levantando uma questão ou se pretende soterrá-la de uma vez por todas.
Em "Terapia de Risco" ("Side Effects", 2013, 16 anos, HBO, 22h), Emily (Rooney Mara) sofre com depressão. O que não é bom, piora quando o marido sai da prisão. Como todos os medicamentos falham, o psiquiatra vivido por Jude Law investe num remédio revolucionário.
Problema: o efeito colateral que produz não é inocente. A questão é a influência da indústria farmacêutica nas prescrições médicas, a febre de lucros --enfim, os efeitos colaterais da atividade de desenvolvimento, produção e venda de remédios.
Ok, entendemos o ponto: a mistura de saúde e lucro pode ser altamente lesiva. Mas isso aparece envolto numa trama tão inutilmente complicada que a questão acaba esterilizada.