Série 'Halt and Catch Fire' faz ode à tecnologia
Da produtora de 'Breaking Bad', drama estreia hoje no canal AMC
Protagonista misterioso e ambíguo em série ambientada no passado gerou comparações com o sucesso 'Mad Men'
Um protagonista com caráter ambíguo e um passado misterioso em uma série de época bastou para que "Halt and Catch Fire" fosse comparada pela crítica americana ao sucesso "Mad Men", cujo personagem principal é um publicitário que esconde sua identidade verdadeira. Não ajudou o fato de que, por lá, as duas produções são exibidas no mesmo canal, o AMC.
Melissa Bernstein, coprodutora-executiva da série, no entanto, rechaça o paralelo. "É uma grande simplificação colocar as duas séries na mesma categoria. Para mim, é um elogio. Mas todo protagonista parece misterioso no começo. Quando formos desenvolvendo a trama a comparação vai esmorecer", afirma ela.
A história, ambientada nos anos 1980, segundo Bernstein, é uma ode à tecnologia. Lee Pace (de "Pushing Daisies") é Joe MacMillan, ex-executivo da IBM que contrata uma equipe para descobrir como foi criado o principal produto de sua antiga empresa e assim entrar na disputa pela supremacia do mercado de computadores.
"Os anos 1980 são o ponto de partida para onde estamos hoje em termos de tecnologia", afirma a produtora.
Por trás também de "Breaking Bad", outra série com pano de fundo científico, Bernstein diz que as ciências não são bem representadas na televisão e, por isso, são bom material para seriados.
"Os personagens imersos na ciência são inteligentes, pensativos e, muitas vezes, bastante isolados. Isso nos dá oportunidades dramáticas muito interessantes", avalia.
O mesmo argumento justifica, em sua opinião, a forte presença de anti-heróis nas séries hoje --de "Mad Men" a "Breaking Bad" e "Halt and Catch Fire". "Esse tipo de personagem dá a trama um grau de complexidade. É mais relevante para as pessoas porque parece mais real", diz.
"O anti-herói permite que a gente se defronte com situações desafiadoras e se pergunte: 'O que faríamos?'. Essas perguntas não são fáceis de responder", afirma a produtora. "As pessoas mais interessantes, que queremos levar para jantar, são aquelas difíceis de dissecar."