Bons moços do Imagine Dragons mostram 2º CD
Um ano após 1º show brasileiro, banda americana se apresenta hoje em SP
Novo álbum, 'Smoke + Mirrors', foi gravado em estúdio próprio em bairro sinistro de Las Vegas, cidade do grupo
O vocalista Dan Reynolds nem titubeia antes de dizer: "O show no Lollapalooza, em São Paulo, foi o melhor da minha vida. Meu favorito".
"As pessoas estavam loucas", lembra sobre o 5 de abril de 2014, quando o seu Imagine Dragons, banda americana de rock que é sensação entre o público jovem, tocou pela primeira vez no Brasil.
Hoje, o país é o que concentra a segunda maior quantidade de fãs do grupo, conforme a gravadora --perde só para os EUA. Então, um ano depois, estão de volta para show nesta noite em SP, após tocarem no Rio na quinta (16).
Desta vez, vêm mostrar seu novo disco, o segundo da carreira, "Smoke + Mirrors" (Universal, R$ 27,90), lançado em fevereiro e com a canção "I Bet My Life", com jeito gospel, já estourada entre os fãs.
Cheia de alternâncias entre momentos calmos e explosivos nas batidas --marca do grupo--, a música fala da relação conflituosa de Reynolds com os pais --o pai, aliás, passou alguns anos trabalhando no Brasil quando jovem.
"Eu sei, eu tomei o caminho que vocês nunca quiseram para mim", canta ele, que vem de uma família mórmon, em referência à carreira.
E hoje tem o apoio da família? "Sim. Mas agora é aqui, né?", diz ele à Folha, em um sofá de um hotel de luxo em Las Vegas, sua terra natal. Na conta, mais de 2 milhões de cópias vendidas de "Night Visions", o disco de estreia, só nos EUA. "Quando tinha nove anos e decidi ser músico, minha mãe não ficou muito feliz", ri. "É uma questão que volta a cada Natal", gargalha o baixista Ben McKee.
Talvez para remoer essa culpa, a banda diz trabalhar sem descanso. "Temos tantas músicas prontas que não couberam no segundo disco que poderíamos fazer já agora um terceiro", conta McKee.
"Somos grandes, irremediáveis nerds, que escolhemos passar qualquer hora do dia fazendo música", ri o baterista Daniel Platzman.
Além da combinação de introduções tranquilas com refrões intensos, caracteriza o grupo uma grande variedade de estilos dentro dos discos. Alternam-se momentos de rock, pop e eletrônica.
"Sim, canção a canção, há muita variedade. E variedade é consistência", defende Platzman. "Algumas pessoas nos dizem que é mais pop que o primeiro álbum, outras dizem que é mais alternativo"¦ Não sabemos definir", conta o guitarrista Wayne Sermon.
O resultado veio de um período de trabalho em estúdio próprio, construído pela banda em uma casa reformada de um bairro "sinistro" --nas palavras deles-- em Las Vegas, longe do glamour turístico.
Da convivência com a vizinhança, perderam um celular --roubado do carro de Reynolds--, mas, dizem, o saldo é positivo. "A melhor coisa de ter um estúdio perto de um lugar onde ninguém quer ver a polícia é que ninguém liga para reclamar do barulho", ri McKee.
IMAGINE DRAGONS
QUANDO neste sáb. (18), às 21h
ONDE Arena Anhembi, av. Olavo Fontoura, 1.209, tel. (11) 4003-5588
QUANTO de R$ 260 a R$ 550
CLASSIFICAÇÃO 14 anos; de 8 a 13 anos com responsável