Crítica filme na TV
Filme 'A Rede Social' trabalha a perversidade do ato de inventar
Existe algo de perverso nas fabulosas histórias de jovens milionários que têm constituído até aqui a mítica do século. Uma delas é a de Mark Zuckerberg, que criou a rede social Facebook para ter contato com pessoas --garotas sobretudo-- de sua universidade e terminou como magnata.
O perverso disso é que a riqueza tornou-se uma aspiração em si. O espírito criador não é mais do que um meio. Ninguém imagina Einstein ou Marie Curie amealhando fortunas com uma descoberta e encerrando a vida intelectual: o entendimento era o fim, não o iate e a mansão.
O interessante em "A Rede Social" ("The Social Network", 2010, 14 anos, Megapix, 23h50) é que o diretor David Fincher trabalha esse aspecto perverso do contemporâneo sem, por isso, desmerecer o que possa haver de interessante na aventura de um inventor como Zuckerberg.