Crítica filme na tv
Rossellini mostra seu cinema revolucionário sem truques
Quem começou a conhecer o cinema há poucos anos talvez se espante com "Alemanha, Ano Zero" ("Germania Anno Zero", 1948, Arte 1, 0h). Não, não há nenhuma trucagem: Roberto Rossellini foi de fato à Berlim destruída do pós-guerra para falar da Alemanha.
E a destruição, naquilo que nos mostra, não é apenas física: é sobretudo moral. Podemos experimentá-la a partir da moça que se vende aos ocupantes para obter comida para o pai.
Mas é o irmão mais novo o que melhor nos informa sobre o cinema revolucionário de Rossellini. Não só pelo realismo radical, mas também por essa narrativa que segue os passos do menino, que erra junto com ele pelos escombros da cidade.
Ele não vai a lugar algum: perambula. Ele não tem finalidade: apenas tenta entender o incompreensível mundo em que lhe foi dado viver.