Coleção apresenta originalidade do guitarrista John Lee Hooker
Músico é tema de novo volume da série sobre o soul e o blues
A Coleção Folha Soul & Blues leva às bancas no próximo domingo (12) o seu 19° livro-CD, com os sucessos de John Lee Hooker. Natural de Clarksdale, no Estado norte-americano do Mississippi, Hooker foi introduzido no universo do blues pelo padrasto, o músico Willian Moore, que lhe deu um violão aos 13 anos.
O garoto cresceu ouvindo cantores e violonistas do blues rural, como Blind Blake e Charley Patton, que influenciaram seu estilo, particularmente as primeiras gravações, feitas apenas com voz, violão e o som da batida de seus sapatos sobre uma tábua de madeira.
Em novembro de 1948, o single "Sally Mae", com a faixa "Boogie Chillen" chegou às lojas. Seu blues rústico virou sucesso nas jukeboxes dos Estados Unidos e o disco vendeu cerca de 1 milhão de cópias.
PADRÃO CÍCLICO
Seu êxito pode ser creditado à originalidade de suas canções, muito diferentes do que se ouvia nas rádios da época. "A música de John Lee Hooker não se parecia com a música a que os norte-americanos estavam acostumados em 1948. Ela não volta a si mesma, não se move em um padrão cíclico de versos e refrões, temas ou mudanças de acordes", concluiu Michael Lydon no livro "Boogie Lightning: How Music Became Electric".
Em um momento em que os cantores de blues eram acompanhados por vários instrumentos, Hooker seguiu gravando sozinho ou na companhia do violonista Eddie Kirkland. Em 1951, ele repetiu o sucesso de vendas com "I'm in the Mood".
Nos anos 1960 e 1970, Hooker tornou-se ídolo de músicos do rock como The Animals e Van Morrison. Na década seguinte, ele participou do filme "The Blues Brothers" (1980), de John Landis.
A partir de 1989, depois do sucesso do álbum "The Healer", com diversas parcerias, ele passou a lançar discos com convidados como Johnny Winter, Carlos Santana, Roy Rogers e Robert Cray.
John Lee Hooker morreu em 2001, aos 83 anos, enquanto dormia em sua casa. Seu blues, porém, continua vivo: "O blues não vai morrer nunca. Ele já estava por aí quando eu nasci. Existindo homens e mulheres, você tem o blues", declarou o veterano.