Claudia Raia celebra três décadas de carreira
Atriz estreia espetáculo 'Raia 30, o Musical', resumo de seu trabalho no teatro e na TV
A cabeça de Claudia Raia explodiu. Dos estilhaços de memória, saíram as cenas de "Raia 30, o Musical". É nessa metáfora que se baseia o roteiro do espetáculo, celebração das três décadas de carreira da atriz, que estreia nesta sexta (24) em São Paulo.
"[Esses estilhaços] são um pouco como a minha cabeça funciona", diz a atriz. Porém não se trata, afirma ela, de uma história autobiográfica e contada cronologicamente, mas sim baseada nos personagens que viveu e nos artistas que a influenciaram.
Há um primeiro bloco "mais felliniano", composto mais de imagens e memórias do que de texto, explica o diretor da montagem, José Possi Neto. As demais partes focam o trabalho de Claudia na dança, a influência dos teatros musical e de revista e o trabalho na televisão.
"Explicamos todos os diferentes estilos do trabalho dela", conta Possi.
Maria Claudia Motta Raia sempre chamou a atenção pelo porte alto, de 1,80 m, e pela voz grave de contralto.
Entrou para o mundo da dança ainda criança, influenciada pela mãe, Odette, e pela irmã, Olenka, ambas bailarinas. Aos 13 anos, foi estudar em Nova York, onde se interessou por musicais e conheceu o trabalho de coreógrafos como Bob Fosse.
Três anos depois, ganhou notoriedade em montagem do musical "Chorus Line" e, aos 17, estreou na televisão, atuando ao lado de Jô Soares no programa "Viva o Gordo".
Fazendo as contas, hoje, aos 48, Claudia acumula mais de três décadas atuando. Mas considera 1985, quando fez a novela "Roque Santeiro", seu ano de estreia. Foi quando conheceu o sucesso popular.
LETRAS
Miguel Falabella, que assina o texto da montagem, usou músicas de antigos trabalhos de Claudia, como os musicais "O Beijo da Mulher Aranha" (2000) e "Sweet Charity" (2006). A partir de melodias já existentes, Falabella criou letras que contam a carreira da atriz (leia ao lado).
Mas boa parte do repertório de Claudia não está no espetáculo. Dos trabalhos na televisão, há apenas dois: Tancinha, da novela "Sassaricando" (1987-88), e a presidiária Tonhão, do programa "TV Pirata" (1988- 90). "Nós optamos por personagens mais estereotipados, mais teatrais", explica a atriz.
"Pela primeira vez estou apoiada em mim mesma, não tenho o escudo de um personagem", continua Claudia. "É mais difícil, mas acho que estou em cena como eu sou: despojada, divertida."
Segundo a atriz, ela também quis deixar no espetáculo "os perrengues" que enfrentou ao longo da carreira.
"Adoro debochar de mim mesma, falar que eu era nariguda [fez plástica no nariz no início dos anos 1990], magra como uma folha de papel."
De fora também fica a vida pessoal da atriz. "Quando eu fizer 80 anos, vou estrear 'Raio que o Parta', aí vou contar tudo, coisas íntimas, pessoais". brinca.
RAIA 30, O MUSICAL
QUANDO qui., às 21h, sex., às 21h, sáb., às 18h30 e às 21h, dom., às 18h; até 17/10
ONDE Theatro Net - shopping Vila Olímpia, r. das Olimpíadas, 360, tel. (11) 4003-1212
QUANTO R$ 50 a R$ 200
CLASSIFICAÇÃO livre