Crítica filme na TV
Movimentos de câmera de Hitchcock são apaixonantes
Há duas questões fortes em "Festim Diabólico" (1948, TC Cult, 22h, 14 anos). A primeira é o desafio que dois alunos propõem, de executar um crime perfeito bem nas barbas de seu mestre, James Stewart.
A outra, o desafio de Hitchcock: como os filmes com plano-sequência estavam na ordem do dia, ele resolveu fazer um que fosse, a rigor, um único plano.
Na época, as bobinas não comportavam mais de dez minutos de negativo por vez. Então, tratava-se de fazer cortes disfarçados, para dar a impressão de continuidade.
A trama é apaixonante e a experiência também. Parece, no entanto, que esses dois aspectos não se misturam. Há algo de artificial no filme, aprisionado aos movimentos de câmera.
Não raro nos deixa mais em suspense pensar no destino desses movimentos do que no destino dos personagens. E, apesar disso, ou por isso, é magnífico.