Mostra exibe bons exercícios de argentinos
Além da predileção por abordar os dissabores da classe média e dos bem amarrados roteiros, há um outro elemento que une a chamada 'buena onda' do novo cinema argentino: a Enerc, centro público de formação cinematográfica de onde saíram nomes como Lucrecia Martel, Fabián Bielinsky e Lucía Puenzo.
O Festival de Curtas de SP exibe obras que esses diretores rodaram ainda nos bancos dessa escola, que neste ano chega a seu cinquentenário.
Antes de Bielinsky se voltar às trapaças de "Nove Rainhas" (2000), ele já mergulhava no universo do crime com o curta "La Espera" (1983), baseado em conto de Jorge Luis Borges sobre um homem que se refugia numa velha pensão.
Lucía Puenzo, de "XXY" (2007), já demonstrava pendor pelas questões familiares com o curta "Los Invisibles" (2004), sobre um casal de classe média que tem a casa invadida por garotos pobres.
A sutileza de Martel é menos reconhecível. Em "No Te La Llevarás, Maldito" (1989), a diretora trata de garoto que usa desenhos para tramar uma vingança.