Crítica filme na TV
Rústico, 'Branco Sai, Preto Fica' é retrato cru e direto da verdade
Como assim, "Branco Sai, Preto Fica" (2014, 12 anos, Canal Brasil, 13h35)? Normalmente é o contrário: o preto é convidado a se retirar, o branco é que fica.
Explica-se: o filme de Adirley Queirós reconstitui e ficcionaliza os fatos acontecidos em um baile funk no fim da ditadura. E o grito que está no título vinha da PM (esta mesma: a que hoje virou para alguns esteio educacional da nação).
Os brancos podem sair. Os rapazes e moças pretos ficam debaixo de cacetetes ou patas de cavalo. Em 2014, esses personagens reaparecem. Eram bailarinos exímios. Agora puxam pernas mecânicas ou cadeiras de rodas.
O espectador talvez se espante com o estilo rústico, direto, desse cineasta de Ceilândia (DF), mas o que importa é a verdade do filme. Ela está lá.
Ainda no registro do terror (outro): "Pânico" (1996, 14 anos, Paramount, 22h), de Wes Craven.