Crítica filme na TV
'Rio Vermelho', de Howard Hawks, é faroeste de gênio
Há cineastas de apreensão rápida: DeMille pela produção de impacto, John Ford pelo sentimental, Hitchcock pelo suspense. A tendência logo é nos entregarmos a seus filmes.
Outros são de apreensão lenta: não nos impressionam muito à primeira visão, mas, quanto mais os revemos, mais têm o que mostrar.
É nessa categoria que se encontram "Rio Vermelho" (14 anos, 1948, TC Cult, 22h) e seu autor, Howard Hawks. Trata-se de um épico em torno da abertura da trilha que, após a Guerra de Secessão, permitiu a condução de gado do Sul dos EUA aos mercados yankees.
Em vez de centrar fogo no "heroico" do episódio, o que temos são sequências envolvendo desde a personalidade dos participantes até um estouro de boiada. Além da disputa entre pai e filho, que serve de fio condutor e une os vários núcleos da narrativa. Um faroeste raro, de gênio.