Crítica filme na TV
Longa memorável, 'A Mosca' retoma o sentimento trágico
Pode-se ver "A Mosca" (1986, 14 anos, Paramount, 23h50) como um exemplar do "horror nojento" de David Cronenberg, como há quem goste de dizer.
Pode-se ver também como um horror que retoma o sentimento trágico dos grandes exemplares do gênero. Aqui, um cientista experimenta a máquina de teletransporte.
O problema: enquanto faz o experimento, uma mosca entra no aparelho, de modo que, ao se recomporem, suas moléculas são contaminadas pelo animal.
Esse moderno Prometeu não terá suas vísceras comidas por uma águia, mas será condenado a transformar-se em homem-mosca, mutante sem lugar no reino humano, nem no reino animal. Filme memorável.
Por falar em mutações: hoje passa a criativa mistura de atores e desenhos animados de "Uma Cilada para Roger Rabbit" (1988, 10 anos, TCM, 22h).