Ameaçado, Teatro Célia Helena pode ser tombado
Segundo diretora, donos querem vender imóvel
O Conpresp (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico) aprovou na terça (29) a abertura do processo de tombamento do Teatro Célia Helena, um prédio do início do século 20 no bairro paulistano da Liberdade. Outros 150 imóveis da cidade integram a lista votada na terça.
Na semana passada, a Folha revelou que o teatro poderia fechar porque os proprietários do imóvel disseram precisar vendê-lo, segundo Lígia Cortez, diretora do Centro de Artes e Educação Célia Helena.
A escola conta ainda com duas outras unidades, no Itaim Bibi (onde fica a administração) e no Pacaembu.
O fechamento do teatro não vai acarretar o fim das atividades da escola, que se tonou referência no ensino de artes cênicas na cidade.
O processo de tombamento, inclusive durante a análise do caso, não impede que o imóvel seja vendido, mas veta alterações no prédio, ou seja, em seu teatro.
Segundo Nabil Bonduki, secretário municipal de Cultura de São Paulo, o Conpresp estudava o tombamento do prédio havia alguns anos.
"É um local que interessa ao patrimônio histórico. Trata-se de um edifício com arquitetura típica do período industrial e um teatro com projeto do arquiteto Ruy Ohtake", afirma Nabil.
O prédio, uma antiga fábrica de carimbos, foi inaugurado em 1977 pela atriz e diretora Célia Helena (1936-97) com um show de Maria Bethânia.