Troca de autores é incomum no mercado franco-belga
O gaulês Asterix é um dos símbolos de uma forte cultura franco-belga de quadrinho, assim como o repórter Tintim, criado pelo belga Hergé.
É um mercado com tradição em edições em livro, voltadas a um público que inclui também os adultos, ao contrário dos EUA, onde são tradicionais os super-heróis como Homem-Aranha e Superman, lançados em revistinhas para crianças e adolescentes.
Por se tratar de um personagem caro ao público, a decisão de entregar sua produção a uma nova dupla de artistas foi um passo arriscado.
No caso de Tintim, a viúva de Hergé garante que não permitirá novas histórias até que a HQ seja de domínio público.
A decisão de continuar as histórias de Asterix também não agrada a gauleses e romanos. O britânico Paul Gravett, especialista em gibis, tem lá suas dúvidas. "Algumas pessoas têm um espaço dedicado a essas HQs na biblioteca, mas consideram que a obra já está completa."
Em entrevista à Folha, ele compara o mercado franco-belga, onde diversos personagens são publicados durante um longo tempo, ao japonês. Nos mangás, diz, as obras são ligadas a determinados autores e pouco frequentemente se prolongam.
"Isso torna o mercado bastante dinâmico, dá espaço para novos personagens."
Já os heróis americanos seguem suas histórias há décadas. Vivem o suficiente, porém, para ver a constante queda em suas vendas.