Construtora faz prédio para alugar imóveis
Sem vendê-los, empresa locará e administrará os apartamentos de edifício em SP
Erguer dois prédios e não vender imóveis, mas locá-los. Com essa estratégia, a incorporadora Vitacon procura se destacar no segmento de "long stay" (estadia longa).
Segundo Alexandre Lafer Frankel, dono da Vitacon, a empresa ficará com todas as unidades de dois edifícios de alto padrão (um no Itaim Bibi e outro nos Jardins, na zona oeste) e os alugará e administrará por conta própria.
Como os prédios não serão vendidos, a renda começará a ser recebida depois de prontos e locados.
Trata-se de uma novidade no segmento residencial no país. O comum é as construtoras lançarem o edifício e venderem-no durante a construção ou, se isso não acontece, depois de concluído.
"Seremos donos do ativo inteiro. Quando você é dono, pode coordenar a demanda e a manutenção", diz Lafer. A estimativa é de R$ 8.500 a R$ 9.000 o valor da locação mensal do imóvel já decorado.
As unidades medirão de 25 m² a 60 m² e as obras devem ser concluídas em até 20 meses. Segundo Lafer, o capital investido é próprio.
Os edifícios "long stay" são voltados à demanda por aluguel com duração em geral de até um ano e ficam em áreas nobres próximas a eixos financeiros.
Contam com serviços de hotel, como arrumação básica do imóvel e estacionamento com manobrista. O público-alvo é formado por executivos, profissionais liberais, estudantes e estrangeiros.
Por isso, as empresas que atuam na área miram multinacionais, que utilizariam o imóvel para a hospedagem de seus funcionários, em vez de os deixarem em hotéis.
Ricardo Grimone, diretor de incorporação da Related Brasil, diz que construir um prédio sem vender as unidades está no radar da Related, mas não fixa prazo para isso.
A incorporadora hoje atua no segmento "long stay" com um lançamento na região da avenida Faria Lima (zona oeste), mas segue o formato tradicional de colocar todas as unidades à venda.
Jaques Bushatsky, diretor de legislação do inquilinato do Secovi-SP (sindicato do mercado imobiliário), lembra que os prédios para locação seguem uma tendência existente em outras capitais de negócios, como Nova York. (DANIEL VASQUES)