Mercado aberto
MARIA CRISTINA FRIAS cristina.frias@uol.com.br
Empresa investe R$ 160 mi em fábrica em São Paulo
A Fitesa, fornecedora de nãotecidos --matéria-prima utilizada na fabricação de fraldas e absorventes-- que faz parte da holding brasileira Évora, investirá R$ 160 milhões na construção de sua segunda planta no país.
Hoje, a companhia atua em Gravataí, no Rio Grande do Sul, com uma unidade que continuará em operação.
A nova fábrica será instalada em Cosmópolis, a cerca de 140 km de São Paulo e a 20 km de Paulínia, cidade onde está a Braskem, uma de suas principais fornecedoras.
A planta deverá atender a demanda crescente, que não sofreu grande impacto com a desaceleração econômica do país, segundo Fernanda Gastal, diretora da companhia.
"Uma vez que um consumidor entra na categoria de fraldas e absorventes, é difícil que ele saia. O setor está em expansão em todo o mundo", afirma.
"Até em países da Europa e da América do Norte, onde o segmento de fraldas para bebês é estável, há um incremento no mercado sênior."
A fábrica de São Paulo deverá entrar em operação em 2016, exportando 20% de sua produção. Com ela, a capacidade fabril da empresa no Brasil passará das atuais 54 mil toneladas por ano para 74 mil toneladas.
"O terreno de Cosmópolis, onde a unidade será construída, ainda permite uma ampliação no futuro, que dependerá da demanda do mercado", acrescenta a executiva.
"A escolha pela cidade vai ao encontro da política de levar empresas para cidades menores", diz o presidente da Investe SP, Luciano Almeida.
Pé no freio
O mercado brasileiro de nãotecidos e de tecidos técnicos (matérias-primas dos setores de higiene, automotivo e calçadista, entre outros) não deverá apresentar crescimento neste ano, de acordo com a Abint (associação do segmento).
Há quatro anos, porém, a expansão costumava ficar ao redor dos 10%.
"Além da situação econômica do país, que afetará todos os setores produtivos, a importação, principalmente da China, tem nos prejudicado", diz Laerte Guião Maroni, diretor da entidade.
Segundo o executivo, as empresas que produzem para os segmentos de carros e de sapatos deverão registrar os piores resultados.
"A área de descartáveis [como fraldas e absorventes] também foi afetada, mas a situação do mercado ligado aos bens duráveis é pior."
O mercado internacional dos produtos deve registrar um desempenho melhor, diz.
Negócios em jogo
A CNI (Confederação Nacional da Indústria) assinou com o Comitê Organizador da Olimpíada do Rio um acordo para incentivar a participação de empresas brasileiras no fornecimento de bens e serviços para o evento.
O objetivo é garantir que grupos nacionais disputem contratos para obras ou serviços, dos preparativos até a realização dos Jogos, em 2016.
De outubro deste ano até janeiro de 2015, o comitê deverá fechar negócios que poderão somar R$ 1 bilhão, segundo a confederação.
O montante inclui concorrências que serão feitas pelo próprio comitê, sem contar as licitações de órgãos públicos.
"Os Jogos serão no Rio, mas há possibilidades de negócios para grupos de todos os Estados", diz João Emílio Gonçalves, gerente executivo de política industrial da CNI.
As empresas que se tornarem fornecedoras também poderão se habilitar para participar de outros eventos esportivos internacionais, segundo Gonçalves.
Tecnologia descentralizada
A Capgemini, de consultoria, tecnologia e terceirização, terá dois novos centros de serviços, em Araraquara (SP) e em Salvador.
A unidade paulista será destinada aos trabalhos de infraestrutura e atendimento remoto de TI, enquanto a baiana funcionará como uma "fábrica de softwares", segundo Paulo Marcelo, CEO da Capgemini no Brasil.
"Nossa estratégia de expansão no país inclui instalações em lugares com menor concentração, menos custos e mais perspectivas de reter e promover funcionários", afirma Marcelo.
A presença de universidades e incentivos tributários foram outros motivos que pesaram na decisão das duas sedes. A expansão receberá um investimento de R$ 22 milhões.
Dos 40 países em que a Capgemini está presente, o Brasil é o quinto maior em número de funcionários.
Um pouco menos da metade dos empregados está concentrada em São Paulo.
A sede, em Alphaville (SP), também receberá neste mês um centro de experiência ao consumidor, com R$ 3 milhões em aportes.
8.500
é o número de funcionários da empresa no Brasil
620
serão as estações de trabalho na planta de Araraquara (SP)
7
é o número de centros no Brasil
R$ 32 bilhões
foi a receita global em 2013
Reforço... A Chubb vai trazer ao país dois dos principais executivos globais da área de seguros de propriedades entre os dias 21 e 24 deste mês. Vão tratar da agilização de processos de aceitação de clientes e buscar novos nichos.
...internacional Um dos focos da seguradora nessa iniciativa será em metalúrgicas com processos secundários (usinagem, prensas e estamparia), além de seguro de riscos empresariais e de condomínios comerciais.
Viagem Dos R$ 4 bilhões em gastos anuais dos viajantes na capital paulista, 9,9% são com transportes, cerca de R$ 60 milhões em viagens de ônibus, segundo estudo da Ferp (que representa empresas de fretamento em São Paulo).
Faxina A House Shine, de serviços de limpeza residencial, vai abrir mais dez unidades até o final deste ano. As próximas serão na cidade de São Paulo, em Bertioga (SP) e em Cuiabá. A rede tem 200 franquias comercializadas.
Vendas para o exterior
Quatro em cada dez pequenas e médias empresas não têm receitas provenientes de negócios internacionais, segundo estudo da EIU (Economist Intelligence Unit) em 12 países, incluindo o Brasil.
A maioria (72%) dos grupos entrevistados, no entanto, afirma acreditar que as operações internacionais representarão de 11% a 50% do seu faturamento nos próximos cinco anos.
As pequenas empresas apontam que a falta de estrutura e os custos proibitivos estão entre os principais obstáculos para o crescimento internacional, segundo o relatório da consultoria.
A entrada no mercado chinês é citada como prioritária, enquanto a África ainda é avaliada como uma região com menos oportunidades.