Bolsa cai e dólar sobe com cenário eleitoral
Investidores repercutem nesta terça pesquisa Datafolha, que aponta empate técnico, porém com Dilma à frente
Expectativa do mercado é de alta volatilidade no país nos negócios com ações, moedas e juros até a próxima sexta
Bolsa em baixa, dólar e juros em alta. A menos de uma semana da eleição presidencial, os mercados assumiram uma posição mais conservadora, enquanto aguardam as novas pesquisas de intenção de voto e uma maior definição do quadro eleitoral.
Nesta terça (21), os investidores devem repercutir o resultado do Datafolha, divulgado após o fechamento dos mercados, que mostrou empate técnico, porém com vantagem numérica para a presidente Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição, sobre Aécio Neves (PSDB).
Na pesquisa, a petista aparece com 52% dos votos válidos, enquanto o tucano tinha 48%. A margem de erro é de dois pontos.
O mau humor foi embalado, na segunda (20), pela pesquisa CNT/MDA, que já mostrava Dilma com 50,5% dos votos válidos e o tucano, com 49,5%. A margem de erro é de 2,2 pontos.
O cenário instável no exterior também contribuiu para a queda do mercado local, levando a Bolsa a encerrar o dia com baixa de 2,55%, a 54.302 pontos no Ibovespa.
"As pesquisas mostram que a eleição vai ser definida pelos votos brancos e nulos. Está tudo muito embolado e é difícil operar com esse grau de incerteza", disse Pedro Galdi, da corretora SLW.
"O mercado está pautado pela indefinição. Sem a perspectiva de um vencedor claro, o investidor fica receoso em assumir uma posição, o que leva a uma aversão maior ao risco", afirma Sandra Peres, analista da Coinvalores.
Diante da indefinição, as ações preferenciais (sem voto) da Petrobras caíram 6,13%, enquanto os papéis ordinários (com voto) da petrolífera encerraram o dia em baixa de 5,83%. Os papéis do Banco do Brasil recuaram 5,78% e as ações preferenciais da Eletrobras subiram 2,40%.
Na Ásia, as ações japonesas subiram após os resultados sólidos das empresas nos EUA acalmarem os mercados globais preocupados com a saúde da economia mundial. O índice japonês Nikkei saltou 3,98%, maior ganho diário desde junho de 2013, recuperando parte dos 5% que perdeu na semana anterior.
Na Europa, as Bolsas fecharam em queda de 0,68% (Londres), 1,04% (Paris) e 1,5% (Frankfurt).
Nos EUA, a Bolsa de Nova York subiu 0,12% no índice Dow Jones (30 ações) e 0,91% no S&P 500. A Nasdaq, onde são negociadas empresas de tecnologia, teve alta de 1,35%.
CÂMBIO E JUROS
No mercado cambial, o dólar subiu em relação ao real. O dólar à vista, referência no mercado financeiro, subiu 0,68% e voltou a R$ 2,460. O dólar comercial avançou 1,35% e foi a R$ 2,464.
Os juros negociados para janeiro de 2017 subiram de 11,98% para 12,13% na BM&F Bovespa. Já as taxas previstas para janeiro de 2021 passaram de 11,40% para 11,57%.
"O mundo todo aumentou a aversão ao risco, especialmente em relação aos países emergentes, devido às incertezas sobre 2015. Mas, aqui, o fator principal para a volatilidade são as eleições, e vai perdurar até sexta", disse Tarcisio Joaquim, diretor de câmbio do Banco Paulista.