Mercado projeta juro mais alto com vitória de petista
O sobe e desce na taxa dos títulos públicos, acompanhando as oscilações dos candidatos nas pesquisas, indica que investidores esperam juros mais altos caso Dilma seja reeleita.
A diferença está próxima de 0,75 ponto percentual ao ano até o início de 2018 nos títulos prefixados, segundo dados do Tesouro Nacional.
As taxas dos papéis refletem expectativas de pessoas físicas, empresas e bancos, que estão colocando seu dinheiro em jogo ao tentar prever os rumos da taxa básica de juros nos próximos anos.
Embora os preços sejam influenciados por vários fatores, analistas destacam que o cenário eleitoral tem sido determinante para as taxas.
Um título com juro prefixado até 2018, por exemplo, pagava 12,54% ao ano no fim de setembro, quando as pesquisas mostravam chance de vitória de Dilma no 1º turno.
Em 14 de outubro, diante da expectativa de que Aécio Neves estaria à frente, o mesmo papel pagava 11,74%.
Na terça-feira (21), quando o Datafolha mostrou Dilma à frente de Aécio, os juros subiram para 12,37% ao ano.
Eduardo Velho, economista-chefe da gestora INVX Global, afirma que o dólar pode ultrapassar R$ 2,80 se a vitória de Dilma se confirmar.
Com isso, seria necessária intervenção do BC para manter a moeda em um nível que não comprometa a inflação deste ano. "Se essa estratégia não for bem-sucedida, demandará uma elevação dos juros no segundo momento."
Economistas também têm expectativas diferentes para outros indicadores nas gestões petistas ou tucanas.
A consultoria Tendências considera que o crescimento do PIB em 2015 seria de 1,6% no cenário Aécio e 1% no caso de reeleição de Dilma. Para o dólar, a diferença seria de R$ 2,53 para R$ 2,70.